Governo altera poupança e vai atrelar rendimento à taxa básica de juros

MINISTRO GUIDO MANTEGA APRESENTA
NOVAS REGRAS DA POUPANÇA


O governo decidiu, nesta quinta-feira, 3, alterar as regras da poupança e diminuir a remuneração da aplicação mais popular do Brasil. Pelas novas regras, o rendimento da poupança ficará atrelado à taxa básica de juros, a Selic. A mudança será editada por medida provisória, que deve entrar em vigor nesta sexta-feira, 4.

Pelo critério atual, a remuneração da poupança é de 6,17% ao ano mais variação da Taxa Referencial (TR). Pelas novas regras, essa remuneração vai ser substituída pela variação da TR mais 70% da Selic, quando a taxa básica de juros chegar a 8,5% ao ano ou menos. A medida indica a intenção do Governo em realizar mais cortes na Selic, hoje fixada em 9% ao ano.

A alteração valerá apenas para os depósitos feitos a partir da edição da Medida Provisória. Assim, quem tem uma caderneta de poupança terá o saldo corrigido de duas formas: pelo rendimento tradicional, para o dinheiro guardado até hoje e pela nova regra, para os futuros depósitos.

Veja como será a remuneração da poupança pelas novas regras.

A mudança na remuneração da poupança vai permitir que o governo continue a baixar os juros sem que os grandes investidores se sintam estimulados a migrar para a poupança e deixem de comprar títulos públicos. Também ampliará o alcance da política monetária, à medida em que os aplicadores se sintam estimulados a guardar dinheiro na poupança quando o Banco Central aumentar os juros básicos e a gastar recursos da caderneta em momentos de queda da Selic. Hoje, há cerca de 100 milhões de cadernetas de poupança, com saldo de R$ 431 bilhões.

A mudança na remuneração da poupança foi necessária para adequar o Brasil a uma nova realidade econômica e ajudará na manutenção do crescimento sustentável, disse nesta quinta-feira o ministro da Fazenda, Guido Mantega. De acordo com ele, a regra atual criaria um obstáculo para o Banco Central continuar a redução das taxas básicas de juros. "Para que possamos baixar juros para o crédito, temos de destravar sistema fazendo a modificação da poupança. Precisamos retirar esse limitador da queda das taxas”, disse o ministro, ao anunciar as novas regras para o rendimento da caderneta.

Segundo o ministro, ao permitir a manutenção do ciclo de queda da Selic, a alteração cria condições para a continuidade do crescimento sustentável do país. “Estamos em melhores condições que as economias europeias e norte-americana. Para dar continuidade ao crescimento sustentável, precisamos fazer reformas que reduzam o custo financeiro e barateiem o crédito”, declarou.

Dívida pública

A dívida pública é um mecanismo essencial na administração das contas do governo. Por meio da emissão de títulos públicos, o governo pega recursos emprestados de investidores para honrar compromissos de curto prazo. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro, acrescido de alguma correção, que pode ser definida com antecedência (no caso dos títulos prefixados) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.



Com informações de O Povo

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