Igualdade de gênero na política de Altaneira ainda é pouco significativa

QUADRO DEMONSTRATIVO DOS ELEITOS PARA COMPOR
O LEGISLATIVO MUNICIPAL 2013/2016

A representatividade feminina nas câmaras municipais do País ainda é pouco significativa. Nas eleições municipais de 2008, das 09 (nove) cadeiras disponíveis em Altaneira, apenas 01 (uma) foi ocupada por mulher. No pleito deste ano, levando em consideração a mesma quantidade disponível, foram ocupadas por mulheres três assentos, ou seja, 33,3%.

No processo eleitoral desse ano em Altaneira sete mulheres disputaram uma das nove cadeiras no legislativo.  Esse número é muito inferior se for analisar a quantidade de homens que disputavam o mesmo cargo político, 11 (onze).  Na disputa pelo executivo municipal nenhum dos cargos, a saber, prefeito e vice, teve representatividade feminina.

Em 2008, o grupo de oposição que hoje administra o município entrou com a Dr. Magdala como vice, tendo como cabeça de chapa o empresário Delvamberto Soares (PSB). A campanha ganhou muita adesão de várias classes sociais, mas não obteve o êxito vindo a serem derrotados por Antonio Dorival de Oliveira (PSDB), reeleito. Esse mesmo gestor veio a ter o mandato cassado em 2010.

Em 2011 com as eleições suplementares teve-se mais uma representante feminina e desta vez como cabeça de chapa, tendo o farmacêutico Jackson como candidato a vice. Aqui, a classe feminina teve a Dr. Adreia (DEM), esposa de José David que em 2004 como oposição  perdeu as eleições para o grupo político que direta ou indiretamente vinha se perpetuando no poder, como representante. Hoje, não se sabe ao certo ao qual grupo ele se encaixa, uma vez que na recente disputa eleitoral não fez campanha para nenhum das duas coligações.

Retornando ao que é foco, vale dizer que também aqui a classe feminina foi derrotada e, com ressalva. A Dr. Andreia não conseguiu a mesma adesão do eleitorado que a Dr. Magdala. A situação com poucos meses de administração do então prefeito em exercício, o presidente da Câmara, Raimundim da Mota, aplicou a maior diferença de votos desde a emancipação do município (1958), a saber, 903 votos, dando a Delvamberto e Dedé Pio, ambos do PSB, o comando da cidade pela vontade popular nas eleições suplementares. Era a primeira vez que o grupo que passou toda a vida política sendo oposição iria governar Altaneira.

Conclui-se que o espaço na política partidária em todo o Brasil para as mulheres ainda é pouco significativo, principalmente em Altaneira. Em dezembro do corrente o município supracitado completará 54 (cinquenta e quatro) ano de emancipação. Nessas cinco décadas não teve nenhuma mulher como Prefeita. Tal fato permite a afirmativa de que o ritmo em prol da igualdade de gênero caminha a passos de tartaruga. Para se ter uma ideia desse contexto, vale salientar as palavras do demógrafo José Eustáquio Diniz Alves, da Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE). Segundo ele, o ritmo é lento e, caso se mantenha, fará com que o Brasil atinja a paridade de gênero em espaços de poder municipais somente daqui a 148 anos. O Global Gender Gap Report, publicado em 2011, coloca o Brasil como o país com a maior desigualdade de gênero na política da América do Sul, ocupando o 87º lugar no ranking geral e a 114ª posição em representatividade política.

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