Aécio, vamos conversar sobre estradas e pedágios? Por que a MG-050 custa o dobro das federais?



O senador Aécio Neves resmungou que a Presidenta Dilma Rousseff não falou na situação das rodovias em seu pronunciamento de final de ano.


Não sou governo, não tenho cargo nem publicidade oficial – embora devesse, porque 2,5 milhões de pageviews mensais coubessem em qualquer mídia “técnica” – mas vou aceitar o desafio do senador.

Sirvo-me da insuspeita matéria do (aliás, ótimo) repórter Dimmi Amora, da Folha, que publica hoje texto mostrando, com dados, que a concessão de rodovias, no Governo Dilma, se deu por preços de pedágio ainda mais baratos que os do Governo Lula, ainda que com mais obras a serem realizadas.

Pena que a matéria de Dimmi não compare com os pedágios concedidos no governo FHC – com os valores da época, atualizados – ou os das rodovias paulistucanas, três ou quatro vezes maiores.

Os leitores paulistas sintam-se livres para fazer as contas com os pedágios daí: os de Lula ficaram em R$3,37 por cada 100 km e os de Dilma por R$ 3,34.

Mas vá lá, embora Aécio seja da família, não foi ele quem fixou aqueles preços.

Vamos, então, senador, conversar sobre uma rodovia que o senhor privatizou como governador, em 2007: a MG-050, que liga Belo Horizonte a São Sebastião do Paraíso, na divisa com São Paulo.

São seis praças de pedágio, não é, senador?

Em cada uma, cobra-se do motorista, R$ 4,40.

Se não me falham as contas, R$ 26,40 por uma viagem pelos seus 406,7 quilômetros.
Ou R$ 6,49 por cada 100 km, quase o dobro da média dos pedágios federais.

Mas será que a MG-050 exigiu do concessionário investimentos pesados?
A concessionária Nascentes das Gerais, em cinco anos de contrato, não duplicou nem 20 km da rodovia.

Agora, o Governo do Estado vai pagar a duplicação de 37,2 km da rodovia, entre Matheus Leme e Divinópolis, com gastos de R$ 230 milhões de dinheiro público. A concessionária diz que assumirá investimentos de R$ 70 milhões na feitura dos acessos às cidades atravessadas pelo trecho a ser duplicado.

Vamos conversar, Senador, sobre os temas que o senhor mesmo sugerir.

Mas depois o senhor não reclame.

Via Tijolaço

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