O
PT teve que pagar um preço alto para impedir que a Comissão dos Direitos
Humanos (CDH) da Câmara ficasse nas mãos da extrema direita pelo segundo ano
consecutivo: ceder a presidência de uma das quatro comissões a que tinha
direito nesta legislatura ao PSC, partido do criticado presidente da CDH no
período legislativo passado, Marcos Feliciano (SP), que se uniu ao PP do também
polêmico Jair Bolsonaro (RJ), candidato ao posto agora em 2014.
A
negociação, apontada como a primeira prova de fogo do novo líder do partido na
casa, deputado Vicentinho (PT-SP), foi considerada vitoriosa pela bancada do
próprio PT e por parlamentares de várias legendas comprometidos com a causa dos
direitos humanos. “Não poderíamos deixar
que a CDH ficasse nas mãos erradas”, disse o líder, em pronunciamento no
plenário da Câmara. Segundo
ele, foi uma articulação complexa que se estendeu por toda a terça (18).
Durante
a manhã, os líderes das bancadas se reuniram com a presidente da Câmara,
Henrique Alves (PMDB-RN), e propuseram o desmembramento da Comissão de Esporte
e Turismo em duas, elevando para 24 o número de comissões permanentes. Com
isso, o PT, partido de maior bancada, conseguiu garantir a presidência de
quatro comissões, ao invés das três do ano passado.
Optou
pelas de Constituição e Justiça (CCJ), considerada a de maior importância, a de
Saúde, a de Seguridade Social e Família, reivindicada pela maioria da bancada,
e, na terceira rodada, pela de Transportes. Antes, porém, fechou um acordo com
o PTB, para que este partido escolhesse a de Direitos Humanos na primeira
rodada. Depois, PT e PTB trocaram Transportes por Direitos Humanos.
O
PT cedeu sua quarta vaga para o PSC de Feliciano, que escolheu a Comissão de
Legislação Participativa. O PP de Bolsonaro ficou com as de Turismo e a de
Administração, Trabalho e Serviço Público. O deputado Domingos Dutra (SDD-MA)
elogiou, em plenário, a disposição do PT, seu antigo partido, em recuperar a
CDH para as mãos dos setores historicamente comprometidos coma causa.
Discussões internas
Já
no início da noite, a bancada do PT iniciou as discussões para definir quem
seriam os presidentes dos colegiados, de acordo com informações do deputado
Paulo Teixeira (PT-SP), que integra a comissão eleita pela bancada para definir
a questão das Comissões. A decisão, no entanto, ficou para a próxima terça
(25).
Duas
forças disputam a presidência da CDH dentro da bancada do PT: os parlamentares
ligados ao Núcleo dos Direitos Humanos, que já lançaram nomes como os dos
deputados Erika Kokay (DF) e Nilmário Mirando (MG), e os ligados ao Núcleo
Agrário, que apresentaram o nome do Assis do Couto (PR). O pleito dos últimos é
que a presidência da CDH fique com eles, já que o PT precisou abrir mão da
Comissão de Agricultura para pleiteá-la.
Via
Carta Maior
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