A
gente registrou aqui o fato de o Procurador-Geral da República ter dado curso à
representação da deputada Jandira Feghali contra o SBT e a apresentadora Rachel
Sheherazade.
Parecia
bom, parece bom até demais para ser verdade.
Porque
Janot escapa pela tangente em declarações ao Congresso em Foco, afirmando ter
mandado a representação para São Paulo – embora Sheherazade tenha aplaudido em
rede nacional o acorrentamento, pelo pescoço, de um jovem a um poste no Rio de
Janeiro e, ainda mais incrível, dizendo que não ia dar opinião por “não ter
assistido o vídeo”, o que é inacreditável nestes tempos de Youtube.
Aliás,
o pedido de suspensão da publicidade da União no SBT, um dos pedidos da ação, é
obviamente da esfera federal.
Segundo
o Congresso em Foco, a procuradora federal em São Paulo já disse que não é com
ela. E mandou para o MP estadual paulista que, como se sabe, é valente com as
obras do Itaquerão, mas não com o “trensalão”.
Leia
a matéria e fique, como eu, mais “orgulhoso” no nosso MP, com a coragem e a
independência que a PEC 37 não lhe
tirou.
O procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, diz ver com “muita preocupação” a denúncia de que a
apresentadora Rachel Sheherazade, do SBT, fez comentários que incitam à
violência ao exaltar a ação dos chamados “justiceiros” no Rio de Janeiro contra
um adolescente acusado de furto. Em entrevista ao Congresso em Foco, Janot diz
que só poderia falar em tese, pois ainda não viu as imagens das declarações da
jornalista e, por isso, não emitiria opinião especificamente sobre o caso. Para
ele, é preciso tomar cuidado para não incorrer em censura aos veículos de
comunicação, mas também é necessário deixar claro que incitação à violência é
crime e, como tal, não se insere na liberdade de imprensa.
O procurador-geral despachou para São Paulo,
na semana passada, uma representação movida pela liderança do PCdoB na Câmara
contra a jornalista e a emissora. O documento, assinado pela líder da bancada,
deputada Jandira Feghali (RJ), pede a abertura de inquérito contra Rachel
Sheherazade e o SBT, por apologia e incitação ao crime, à tortura e ao
linchamento, e a suspensão da verba publicitária oficial da TV durante as
investigações.
A Procuradoria-Geral da República
encaminhou a representação contra Rachel e o SBT para o Ministério Público
Federal (MPF) em São Paulo. A procuradora da República Ryanna Veras, do MPF-SP,
já declinou da competência para apreciar o pedido de investigação criminal
sobre o caso e o mandou para o Ministério Público Estadual. A procuradora
também mandou para o MPE-SP outras representações protocoladas por cidadãos
comuns que consideraram ofensivo o comentário da apresentadora.
O pedido de suspensão da verba
publicitária do governo federal para o SBT, feito pela líder do PCdoB, foi
encaminhado à divisão cível do MPF-SP para análise, segundo a assessoria do
órgão. A deputada ainda aguarda manifestação da Secretaria de Comunicação
Social da Presidência da República a respeito de pedido semelhante. Só em 2012,
o SBT recebeu R$ 153 milhões do governo federal para veicular campanhas
publicitárias do governo federal.
Procurados pela reportagem, o SBT e
a apresentadora não comentam o caso. A Secom também não retornou os contatos
feitos pela reportagem.
Saiba
mais no Congresso em Foco
Via
Tijolaço
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