André
Pinto Rebouças nasceu em plena Sabinada, a insurreição baiana contra o governo
regencial. Seu pai era Antônio Pereira Rebouças, um mulato autodidata que
obteve o direito de advogar, representou a Bahia na Câmara dos Deputados em
diversas legislaturas e foi conselheiro do Império. Sua mãe, Carolina Pinto
Rebouças, era filha do comerciante André Pinto da Silveira.
André
tinha sete irmãos, sendo mais ligado a Antônio, que se tornou seu grande
companheiro na maioria dos seus projetos profissionais. Em fevereiro de 1846, a
família mudou-se para o Rio de Janeiro. André e Antônio foram alfabetizados por
seu pai e frequentaram alguns colégios até ingressarem na Escola Militar.
Em
1857 foram promovidos ao cargo de segundo tenente do Corpo de Engenheiros e
complementaram seus estudos na Escola de Aplicação da Praia Vermelha. André
bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemáticas em 1859 e obteve o grau de engenheiro
militar no ano seguinte.
Os
dois irmãos foram pela primeira vez à Europa, em viagem de estudos, entre
fevereiro de 1861 e novembro de 1862. Na volta, partiram como comissionados do
Estado brasileiro para trabalhar na vistoria e no aperfeiçoamento de portos e
fortificações litorâneas.
Na
guerra do Paraguai, André serviu como engenheiro militar, nela permanecendo
entre maio de 1865 e julho de 1886, quando retornou ao Rio de Janeiro, por
motivos de saúde. Passou então a desenvolver projetos com seu irmão Antônio, na
tentativa de estruturação de companhias privadas com a captação de recursos
junto a particulares e a bancos, visando a modernização do país.
As
obras que André realizou como engenheiro estavam ligadas ao abastecimento de
água na cidade do Rio de Janeiro, às docas dom Pedro 2o e à construção das
docas da Alfândega (onde permaneceu de 1866 até a sua demissão, em 1871).
Paralelamente,
André dava aulas, procurava apoio financeiro para Carlos Gomes retornar à
Itália, debatia com ministros e políticos por diversas leis. Foi secretário do
Instituto Politécnico e redator geral de sua revista. Atuou como membro do
Clube de Engenharia e muitas vezes foi designado para receber estrangeiros, por
falar inglês e francês.
Participou
da Associação Brasileira de Aclimação e defendeu a adaptação de produtos
agrícolas não produzidos no Brasil, e o melhor preparo e acondicionamento dos
produzidos aqui, para concorrerem no mercado internacional. Foi responsável
ainda pela seção de Máquinas e Aparelhos na Sociedade Auxiliadora da Indústria
Nacional.
Na
década de 1880, André Rebouças se engajou na campanha abolicionista e ajudou a
criar a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão, ao lado de Joaquim Nabuco,
José do Patrocínio e outros. Participou também da Confederação Abolicionista e
redigiu os estatutos da Associação Central Emancipadora. Participou da
Sociedade Central de Imigração, juntamente com o Visconde de Taunay.
Entre
setembro de 1882 e fevereiro de 1883, Rebouças permaneceu na Europa, retornando
ao Brasil para dar continuidade à campanha. Mas o movimento militar de 15 de
novembro de 1889 levou André Rebouças a embarcar, juntamente com a família imperial,
com destino à Europa.
Por
dois anos, ele permaneceu exilado em Lisboa, como correspondente do "The Times" de Londres.
Transferiu-se, então, para Cannes, na França, até a morte de D. Pedro 2o.
Em
1892, com problemas financeiros, aceitou um emprego em Luanda, Angola, onde
permaneceu por 15 meses. Fixando-se em Funchal, na Ilha da Madeira, a partir de
meados de 1893, seu abatimento intensificou-se. Suicidou-se no dia 9 de maio de
1898, e seu corpo foi resgatado na base de um penhasco, próximo ao hotel em que
vivia.
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