Ações afirmativas do negro é alvo de reflexões na EEEP Wellington Belém de Figueiredo


Alunos/as, professores/as, coordenação e demais funcionários no auditório da EEEP Wellington Belém de Figueiredo
durante encontro reflexivo sobre a contribuição do negro na formação do Brasil.
A Escola Estadual de Educação Profissional Welington Belém de Figueiredo, em Nova Olinda, realizou na última quinta-feira, 20, ato reflexivo sobre a contribuição dos negros e negras na formação da sociedade brasileira a partir de ações afirmativas desse grupo social. A ideia partiu do projeto intitulado “Cultura Afro-brasileira na Escola” que vem sendo desenvolvido desde que esta instituição de ensino iniciou suas atividades letivas no dia 05 de maio do corrente ano.

O ensaio científico corrobora para a efetivação da Lei nº 10. 639/2003, tendo, portanto, o propósito de conscientizar o alunado desse nível de ensino, da importância dos negros e das negras e de sua história na formação da sociedade brasileira. Na abertura do encontro, a professora e coordenadora Ana Maria afirmou “neste dia em que a sociedade brasileira se volta para falar sobre a consciência negra, é preciso que estejamos atentos e vigilantes quanto a promoção da igualdade racial. Pensar assim é perceber que não é só em um dia que iremos extirpar de vez esse câncer social que nos assola, o racismo, tampouco será em um único momento que iremos contribuir para a inserção do negro e da negra nos livros didáticos como promotores e formadores da sociedade brasileira” e completou discorrendo que “só se constrói uma sociedade antiracista e recohecedora da importância dessa classe social se se tiver uma discussão constante e cotidiana e é extamente por isso que nossa escola está desenvolvendo semanalmente atividades que corroboram para uma educação que valoriza e reconhece o negro como sujeito protagonista da história”.

Como parte integrante do projeto idealizado pelos professores das ciências humanas – Edisângela Sales (Geografia), José Nicolau (História) e Yane Moura (Sociologia/Filosofia), houve a promoção de atividades durante todo o dia. Pela manhã a educadora Dayze Vidal, do Pretas Simoa – Grupo de Mulheres Negras do Cariri, ministrou palestra ao qual dedicou cerca de 60 (sessenta) minutos para arguir sobre “A Implantação e a Aplicabilidade da Lei 10.639/03 nas Redes Públicas de Ensino”. Em sua fala apareceram noções como a falta de formação para os profissionais do ensino no que toque a temática em evidência, o que acaba contribuindo para a abordagem de forma superficial dos conteúdos nas escolas. “E quando há o tratamento”, argumentou Dayze. Ela chegou a discorrer ainda sobre as conquistas, desafios e perspectivas da cultura afro retratada no seminário dos dez anos da lei que foi referência para a roda de conversa com alunos/as, professores/as, coordenação e funcionários da escola.


Ainda pela manhã houve a apresentação do Grupo “CultuArte Capoeira”, do município de Altaneira, coordenado pelo professor/mestre Cesar Rodrigues. Os alunos encerraram o momento matutino com a exposição em forma de ações afirmativas de pernsonalidades negras que mudaram o mundo. Fez parte dessa mostra homens e mulheres como Carolina de Jesus, Dandara, Martin Luther King Jr., Mestre Bimba, Nelson Mandela, Zumbi dos Palmares, Mestre Pastinha, Luis Gama, Machado de Assis, Franscisco José do Nascimento (Dragão do Mar), Abdias Nascimento, Grande Otelo, João Cândido (Almirante Negro), Mãe Stella, Cruz e Sousa, Lima Barreto, Antonieta de Barros, Tereza de Benguela, Luiza Mahin, Oliveira Silveira e Beatriz Nascimento.

À tarde, o cronograma seguiu com um documentário tendo como protagonistas os discentes que em roda de conversas trataram de temas como o racismo, as ações afirmativas do negro e da negra, assim como sobre a atualidade do continente africano. Com um dos coordenadores deste encontro reflexixo apresentamos um diagnóstico sobre o sentimento de pertencimento do alunado quanto a cor ou raça por curso e da escola. O gráfico não retrata de fato a realidade. Em todos os cursos o número de pessoas que se identificaram como negro foram sempre menores. Explicamos que os dados levam a uma reflexão que não foge a realidade e que é fruto de um processo histórico em que o negro sempre ocupou um papel inferior na sociedade, corroborando para que cânceres sociais como preconceito e o racismo se perpetue. Tal assertiva permite que a opressão seja alimentada pelo próprio negro que se esconde e tem medo de se autoidentifcar como tal, pois teme ser tachado como inferior, sem cultura e que não irá lograr êxito na vida. Citamos exemplos de que quando o assunto refere-se as diferenças e as desigualdades etnico-raciais na mídia não houve grande mudanças. Ao contrário, o que se percebe são discursos falsários e o negro e a negra sempre ocupando papeis inferiores em relação ao branco. Toda via, o gráfico serviu também para que pudéssemos contribuir (e acredito que estamos contribuindo) para o despertar da consciência crítica dos nossos alunos quanto as relações etnicos-raciais.

Fez parte também da programação o desfile da beleza negra (homens e mulheres), o recital do Poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves, Danças que retratam a cultura africana (Waka Waka), além da encenação sobre a música “Raiz de Kunta Kinte”, tendo como norte a relação feitores e negros escravizados.

Segundo Lúcia Santana, diretora da instituição, o dia foi muito proveitoso, pois são encontros como esses que podem contribuir para a construção de uma educação voltada para a igualdade racial.

A cobertura fotográfica foi realizada pelos professores Leonardo Barbosa, Yane Moura e Lucélia Muniz. 

Confira mais fotos clicando aqui.



Com informações da EEEP Wellington Belém de Figueiredo

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