Com público considerável, Fundação ARCA realiza Noite Cultural sobre valores Afro-brasileiros



A Fundação Educativa e Cultural ARCA a partir da recém nascida Frente Negra Altaneirense, realizaram neste domingo, 07, no calçadão municipal, a culminância da I Semana Afro-cultural com a temática “Somos África: revisitando os valores dos negros e negras”.

Na abertura do encontro, Givanildo Gonçalves teceu considerações sobre os aspectos da conjuntura religiosa africana, muitas delas carregadas de esteriótipos negativos construidos e reconstruidos por aqueles que desconhecem a história cultural dos africanos. Gigi, como é mais conhecido, apresentou um texto sobre “O Segredo de Oxum”, de Ricardo Andrade.  Em uma das passagens há relatos que desconstroem a visão errônea de que o Brasil nasce a partir de 1500 e relata a bravura da civilização negra. “Não somos descendentes de escravos, como dizem os livros escolares, somos descendentes de civilizações africanas, de reinados fortes e poderosos, somos descendentes de reis, rainhas, príncipes e princesas, somos parentes de homens e mulheres que desenvolveram a escrita, a astrologia, a numerologia, às ciências e as pirâmides. Somos fruto de um povo que desenvolveu as técnicas agrícolas e que domina a medicina alternativa, somos fruto de um povo que conhece as folhas e como despertar o poder delas, nosso povo sabe estar no Aiyê (Terra)sem perder a essência do Orum (CEU)”, finaliza a dissertação.

Este signatário ressaltou sobre a importância de estar trazendo ao debate em praça pública as histórias de um povo guerreiro que contribuíram e vem contribuindo de forma decisiva para a formação do Brasil. Foi mencionado ainda a necessidade de estar se discutindo a história dos negros e negras contada pelo viés da negritude, percebendo-os como protagonistas da sua própria história. Desta feita, os valores dessa classe social provenientes da história religiosa, cultural, social e política foram revisitados através da literatura negra e recriada em paródias, peças, poesias e músicas. Foi registrado também que o momento foi fruto de intensas discussões no grupo de estudo em filosofia social, muitas delas proporcionadas pela Frente Negra Altaneirense.

Fizeram parte das apresentações o Grupo “Anjos da Músicas” que cantaram e encantaram o bom público com as músicas “Pérola Negra” (Daniela Mercury), “Berimbau” (Olodum), “As Vezes me Chamam de Negro” ( Carolina Soares). O poema de Jorge Posada foi lido pelo membro mirim da ARCA:

Um negro sempre será um negro,
Chame-se pardo, crioulo, preto, cafuzo,mulato ou moreno-claro
Um negro sempre será um negro:
Na luta que assume pelo direito ao emprego
E contra a discriminação no trabalho
Um negro sempre será um negro:
Afirmando-se como ser humano
Na luta pela vida".

A capoeira símbolo de resistência negra no período da escravidão no Brasil colonial e imperial mereceu destaque a partir das apresentações do grupo CultuArte coordenado pelo professor/mestre Cesar Rodrigues, além da Dança do Côco.

A noite cultural foi finalizada com o desfile da beleza negra, masculino e feminino. Tão logo se findou o momento foi realizado um bingo.

Confira mais fotos que teve a cobertura de João Alves













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