O Google e a guerra dos aplicativos



O sistema operacional Android, do Google, ultrapassou em 2014 o iOS da Apple como o sistema operacional móvel mais utilizado para acessar a internet, um indicativo importante da sua abrangência crescente no mercado de smartphones. Isso parece ter atraído o interesse da Comissão Europeia, que, depois de examinar o sistema operacional do Google por três anos, decidiu abrir uma investigação formal sobre as práticas da empresa de inclusão de seus próprios aplicativos no sistema, como o Google Maps, o navegador Chrome e o YouTube.

 A investigação se preocupará em saber se o Google entrou em acordos anticompetitivos ou se abusou de sua posição dominante no campo de sistemas operacionais, aplicativos e serviços para smart-phones”, segundo um documento da CE disponível em http://europa.eu/rapid/press-release_MEMO-15-4782_en.htm. A comissão deve investigar também se o Google agiu para evitar que fabricantes de smartphones e tablets criassem versões modificadas do Android que rodassem seus próprios aplicativos, além de averiguar se a instalação de um pacote de aplicativos do Google necessariamente pede a instalação de outros serviços da empresa para que fiquem completamente funcionais.  

Em resposta à iniciativa da CE, o Google esclareceu que existem acordos com os principais fabricantes para impedir a fragmentação do seu sistema operacional, exatamente porque essa prática garante o melhor funcionamento possível dos aplicativos, “de modo a permitir às pessoas um excelente primeiro contato com seus aparelhos, com aplicativos úteis disponíveis na tela inicial”, conforme explicou Hiroshi Lockheimer, vice-presidente de engenharia do sistema Android. Além disso, garante o executivo, a empresa instala menos dos próprios aplicativos no seu sistema operacional do que a Apple faz com os seus aplicativos no sistema iOS.

O caso lembra muito a investigação da mesma CE sobre as práticas da Microsoft quanto à posição dominante do sistema operacional Windows e a prática de pré-instalar o navegador Internet Explorer nesse mesmo sistema. A empresa acabou pagando multa de 1,6 bilhão de euros pela prática, um montante que faria pouca diferença nos cofres do Google.

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