Do
Meio Norte
Dirigido
por Jeferson De, “Prisioneiro da Liberdade” retrata a vida de Luiz Gama, homem
negro que, apesar de nascer livre, é vendido pelo próprio pai e sofre na pele
todas as dores de um escravo. O filme, que tem o apoio do Instituto Luiz Gama e
distribuição garantida da Europa Filmes, retrata uma jornada cheia de drama e
aventura, que retrata um herói pouco conhecido dos brasileiros.
Mesmo
com os preconceitos e as dificuldades que lhes são impostas, Luís Gama consegue
se alfabetizar, estudar e se tornar não só seu próprio advogado, mas também um
dos melhores profissionais da época. Foi um intelectual que libertou mais de
mil pessoas nos tribunais usando as leis e se transformou um ícone na luta pela
abolição da escravatura.
Pouco
conhecido da maioria dos brasileiros, a Panaoid começa a trabalhar em seu novo
longa-metragem, sob o comando de Jeferson De, o mesmo de Bróder (2010) e de Dogma
Feijoada (2005). A produtora será responsável por levar aos cinemas esse evento
histórico que marcou o século XIX.
Em
entrevista ao Jornal Meio Norte, Jeferson De relata que a intenção é mostrar
este personagem desconhecido para muitos brasileiros, sobretudo, os mais
jovens, mas que lutou pela a liberdade, por aspectos importantes do que hoje se
chama exercício de cidadania.
“Nossa idéia é retratar a infância de Luiz
Gama, na Bahia, ao lado de sua mãe, mostrando o cotidiano de um menino negro
livre que é vendido pelo próprio pai. Sua trajetória como escravo até tornar-se
o mais importante defensor da liberdade em São Paulo”, diz o diretor.
O
título, segundo o diretor, conta muito sobre do que se pretende mostrar. “Luiz Gama desejou a sua liberdade com uma
intensidade extrema, em seguida pensou além de si, por isso o chamamos de
Prisioneiro da liberdade”, diz, acrescenado que o roteirista Luis Antonio
conseguiu narrar um momento da história brasileira que diz respeito ao fim da
escravidão e o fim do império através do olhar de um menino que torna-se um dos
homens mais importantes da história brasileira, cujo ideal de vida foi a
liberdade e não somente noque se refere a escravidão. “Gama foi além de um abolicionista, este é apenas um aspecto de sua
vida. O prisioneiro tratará de corrigir esta visão”, declara.
Jeferson
diz que “Prisioneiro da Liberdade” trata-se de uma biografia histórica
que requer muita preparação. “Desta forma
é importante cuidar de cada detalhe da produção. Demanda tempo para que tudo saia
como queremos”, diz, lembrando que o filme está ainda na fase bem inicial,
com alguns pontos definidos, como as locações nas cidades de Salvador, Rio de
Janeiro e São Paulo.
O
diretor conta que o elenco segue em aberto. “Ficamos nos últimos dois anos trabalhando junto com nosso roteirista e
dimensionando o tamanho e o que será o filme. Escolher o elenco é sempre um
momento delicado e pretendemos realizar testes para encontrar parte deste
grupo. Obviamente, alguns nomes surgem em nossas reuniões e sempre comentamos e
debatemos as possibilidades”, explica.
A
respeito da vida de Gama, o diretor diz que é difícil saber se ele superou o
trauma de nascer livre, ser vendido pelo paí e sofrer todas as agruras da
escravidão. “Acho que não. Depois que foi
vendido, nunca mais encontrou sua mãe, imagino que seja um acontecimento
insuperável. Mas acho que ele soube conviver com a dor. Para mim -e o filme não
deixa de ser uma visão pessoal- ele continuou a caminhar. Luiz Gama foi um
ótimo observador do Brasil e entendeu profundamente o que estava acontecendo a
sua volta”, comenta.
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