Do
SISEMSP
A
escritora, poetisa e sambista brasileira Carolina Maria de Jesus (1914 – 1977)
ganha homenagem em exposição no Museu Afro Brasil. Ela já dá nome à biblioteca
do museu e agora é tema do projeto “Carolina em Nós”, idealizado pelo grupo Ilú
Obá de Min, que há dez anos ocupa as ruas de São Paulo com atividades para
promover a cultura afro-brasileira. Com curadoria de Roberto Okinaka, a
exposição é gratuita, vai até o dia 31 de janeiro de 2016 e conta com extensa
programação.
“Nossa intenção é reconhecer e dar a devida
importância à figura de Carolina como escritora, não apenas por ela ser negra e
catadora de material reciclável, mas por sua preciosa contribuição para a
literatura brasileira”, destaca a produtora Tâmara David que coordena a
exposição lado de Ester Dias. O projeto foi selecionado por meio do Programa
CAIXA de Apoio ao Patrimônio Cultural Brasileiro 2015/2016.
Carolina
Maria de Jesus é conhecida principalmente pela obra “Quarto de Despejo”, que
teve a primeira edição publicada em 1960 e já foi traduzido para 13 idiomas. O
que poucos sabem, porém, é que apesar de todas as dificuldades, ela escreveu
ainda outros livros, alguns que sequer foram publicados, além de centenas de
textos, entre poesias, peças de teatro e marchas carnavalescas.
Com
realização do grupo Ilú Obá de Min e Museu Afro Brasil, a exposição “Carolina em Nós”, vai contextualizar a
vida e obra da escritora em painéis, fotos e cenários montados na lateral do
prédio. Não é preciso entrar no museu para conferir a mostra, por isso o acesso
é totalmente gratuito. “Essa exposição é uma extensão do trabalho que começamos
no Carnaval desse ano, quando o grupo Ilú Obá de Min teve Carolina Maria de
Jesus como tema do bloco que todos os anos desfila pelas ruas de São Paulo com
cerca de 250 ritmistas, todas participantes das oficinas de percussão afro
brasileiras”, revela a produtora Ester Dias.
Ao
homenagear mulheres negras desde sua criação, o grupo Ilú Obá de Min pretende
estimular o empoderamento feminino, o enfrentamento ao sexismo, racismo e à
intolerância religiosa por meio das oficinas do toque dos orixás,
tradicionalmente mantidos pelas casas de candomblé, e percussão
afro-brasileira. Nesta exposição, a reciclagem também vai ser ressaltada, já
que Carolina Maria de Jesus era catadora de papel. O programa da mostra vai
contar com um informativo sobre o tempo de decomposição dos produtos e, entre
as oficinas que vão ser oferecidas, está a de confecção de cadernos a partir de
material de reuso.
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