Por Giselle Souza, no
Conjur
A
liderança do país não pode ficar a cargo da 13ª Vara Federal de Curitiba e do
Ministério Público Federal. A crítica é do presidente da Ordem dos Advogados do
Brasil do Rio de Janeiro, Felipe Santa Cruz, em discurso na noite desta
segunda-feira (14/3), ao ser empossado para o seu segundo mandato à frente da
entidade.
De
acordo com Santa Cruz, a despeito da grave crise política, a sociedade precisa
cobrar as soluções em foros adequados. "A liderança do país não pode ocorrer em uma vara federal em Curitiba. O
juiz tem seu papel, mas não pode ser o líder da nação brasileira, pois não foi
legitimamente eleito para isso", afirmou.
Sem
citar diretamente o juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da operação
"lava jato", que investiga
a corrupção na Petrobras, Santa Cruz criticou "a criminalização da advocacia" e disse que seu novo mandato
será marcado pela defesa das prerrogativas dos advogados no âmbito do Rio de
Janeiro.
"O segundo mandato será o de acirrar a luta
pelo respeito às nossas prerrogativas", afirmou. "Não permitiremos que a advocacia seja
confundida com esse momento geral que vive a nação. Não admitiremos a criminalização
da advocacia e do direito de defesa, assim como a violência contra nossos
colegas, em qualquer lugar do estado do Rio de Janeiro".
Santa
Cruz foi reconduzido à presidência da OAB-RJ por quase 70% dos votos dos
advogados que participaram da eleição ocorrida em novembro. Ele ficará no cargo
até 2018.
A
posse dele contou com a presença do presidente do Conselho Federal da OAB
Cláudio Lamachia; do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso;
do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; do presidente do Tribunal de
Justiça fluminense, Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, entre outras
autoridades.
Ao
discursar, Barroso afirmou que o preconceito à advocacia tem se acirrado nos
últimos tempos, sobretudo com relação à advocacia criminal. Ele destacou a
necessidade de se "ter em mente que
o advogado não se confunde com o seu cliente" e "que não há Justiça sem advogado".
Já
o presidente do TJ-RJ destacou "o
quão intensa e não necessariamente pacífica" é a relação entre a corte
a OAB, mas que ambas têm um objetivo em comum: promover a Justiça.
O
prefeito Eduardo Paes criticou o descrédito dos políticos e destacou o papel de
instituições como a OAB para ajudar a mudar este cenário.
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