FORA
TEMER: derrotar o golpe nas ruas
O
Partido Socialismo e Liberdade, diante do afastamento da presidente Dilma
Rousseff, aprovado pelo Senado Federal no dia de hoje, manifesta sua posição
sobre os desdobramentos desta decisão:
Publicado originalmente no sitio do
Psol
1.
Desde o primeiro momento nosso partido posicionou-se claramente contra o
impeachment da presidente Dilma Roussef. E o fez compreendendo que não havia
crime de responsabilidade comprovado nas acusações envolvendo as chamadas
“pedaladas fiscais” ou os decretos que autorizaram a abertura de crédito
extraordinário. Se assim o fosse, o impeachment teria de ser extensivo ao
vice-presidente, uma vez que ele também foi responsável pela assinatura dos
referidos decretos, tal como outros presidentes e quase todos os governadores
em exercício;
2.
Diferente de outros partidos que se manifestaram contrários ao impeachment, o
PSOL deixou claro, desde o início, que não o fazia em defesa do governo Dilma.
Nossa condição de partido de oposição de esquerda sempre nos colocou em frontal
desacordo com as medidas aplicadas por este governo, em especial o famigerado
ajuste fiscal que retirou direitos dos trabalhadores, promoveu cortes
inaceitáveis no investimento público e aprofundou drasticamente a recessão. Não
saímos às ruas em defesa de Dilma, mas em defesa da democracia e contra o
retrocesso que representará um governo liderado por Temer e pela direita
demo-tucana;
3.
Defendendo a democracia, saímos às ruas com a frente Povo Sem Medo e outros
setores para barrar o golpe. Na votação da admissibilidade do impeachment na
Câmara dos Deputados, nossos deputados afirmaram a posição combativa e
independente do PSOL, denunciando Eduardo Cunha e suas manobras contra a
democracia. Estivemos do lado certo da história: daqueles que sabem que a crise
econômica, social e política não se resolve com a simples substituição de
governos;
4.
Por essa razão, consideramos o governo de Michel Temer ilegítimo. Ele é
ilegítimo por ser fruto de um arranjo conservador que não reflete os anseios da
população expressos nas urnas e por ser o resultado de um processo sem qualquer
amparo constitucional: um impeachment sem comprovado crime de responsabilidade,
uma farsa, uma fraude;
5.
As medidas anunciadas pelo governo Temer que implicarem em perda de conquistas
e desrespeito aos direitos dos trabalhadores terão nosso mais veemente repúdio.
Ademais, buscaremos fortalecer e ampliar a mobilização popular contra este
governo ilegítimo. É hora de iniciar uma ampla campanha pelo “Fora Temer”,
contra a subtração de direitos e pela devolução ao povo brasileiro da
prerrogativa de decidir sobre seu destino;
6.
Com a saída de Michel Temer, apoiaremos as medidas constitucionais previstas
para devolver à soberania popular os rumos do país. A convocação de novas eleições
presidenciais, como prevê a Constituição Federal no caso de queda de Temer, é a
forma politicamente mais adequada para buscar a superação da crise política.
Seguiremos lutando juntos das forças democráticas do país por uma ampla e
profunda reforma do sistema político, pelo aprofundamento do combate à
corrupção, sem seletividade, e pela mudança do atual modelo econômico. Esse é o
nosso compromisso.
Executiva
Nacional do PSOL
Bancada
do PSOL na Câmara dos Deputados
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