Esperança do Sertão, da Altaneira FM, promove bate-papo político


Depois de 5 anos este blogueiro voltou aos estúdios da Rádio Comunitária Altaneira FM. Durante o programa "Esperança do Sertão" da manhã deste sábado, 14, tivemos um bate-papo com o professor de Filosofia da Universidade Regional do Cariri (URCA) Carlos Alberto Tolovi. Falamos sobre a nova conjuntura política com enfoque na reforma ministerial do presidente interino Michel Temer (PMDB) que trará um impacto negativo para a população, especialmente aos menos favorecidos.

Tratamos sobre o Ministério da Educação (MEC) que será um desastre, pois está sendo ocupado por um dos partidos mais conservadores do país (DEM) e que foi contra a todas as políticas públicas que trouxe avanço significativo nesse setor, com destaque para o FIES, o ProUni, 50% do Fundo do Pré-sal para a educação, 75% dos royalities para essa área e os 10 do PIB destinados à educação, dentre outros...  O Ministério da Educação e Cultura será comandado por Mendonça Filho.

A Cultura também mereceu destaque. Tolovi destacou que a extinção do MinC demostra bem para que veio esse grupo político liderado por Michel Temer e com anuência de vários partidos de direita e apoio da mídia. Vieram para demonstrar o que tem de mais conservador e retrógrado e disse "quer acabar com a resistência e o poder de organização e criticidade de um povo"?, "destrua a educação e a cultura". E é exatamente isso o que eles estão fazendo, concluiu. Fizemos questão de lembrar que a cultura é símbolo do processo de redemocratização do pais, pois ganhou status de ministério em 1985.

Foi alvo das nossas reflexões ainda a extinção do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, o que para nós vem a reforçar a política elitista, racista e machista desse governo interino e ilegítimo. Reforçamos aqui o papel omisso da grande mídia que em nenhum momento teceu crítica a essa penosa reforma para as minorias (que na verdade são maioria, pois mulheres e negros representam mais da metade da nossa população). Não se pode conter despesas excluindo mulheres e negros de participação efetiva nos cargos e espaços de poder.

Mereceu destaque ainda no bate-papo político o que tem de mais contraditória na política desse (des)governo: o Ministério da Justiça e da cidadania que abrigará ainda a secretaria das mulheres, da igualdade racial e dos direitos humanos que será comandado por um sujeito chamado Alexandre Morais que em suas atitudes já demonstrou que não sabe o que é direitos humanos.

Por fim, mas não menos importante, frisamos também a falácia que foi dita pelos construtores do golpe e reproduzido pela grande mídia: o combate a corrupção. Foi consenso entre nós a ideia de que há uma correlação muito grande entre o golpe de 1964 e o de 2016. Naquele período a elite política e a mídia falaram em salvar o Brasil do comunismo e da corrupção e para isso a igreja católica ajudou. 

Hoje, esses mesmos setores e com o mesmo apoio de protestantes e católicos (na sua grande maioria) afirmaram que o Brasil precisa ser salvo da corrupção, mas o que se viu? Uma seletividade nas investigações e um único partido sendo o bode expiatório e causador de todo mal. Quando o presidente interino chegou ao poder nomeou 23 ministros, sendo que deste número 7 são alvos de investigações na lava jato e inclusive o próprio presidente lidera o grupo sendo o primeiro chefe do executivo federal ficha suja e já inelegível por 8 anos conforme apontou o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo no último dia 3 de maio.

Este blogueiro de volta aos estúdios da Rádio Comunitária Altaneira FM como um dos comunicadores do programa "Esperança do Sertão" ao lado do professor e comunicador Carlos Alberto Tolovi. Montagem da Foto: Nicolau Neto.

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