O
Grupo de Valorização do Cariri (Gunec) com sede à Rua Coronel Secundo, 263, no
centro de Crato-Ce, lançou na noite deste sábado (12/11) na rede social
facebook nota em que apoia a luta dos estudantes que estão ocupando desde o dia
25 de outubro a Universidade Regional do Cariri (URCA).
A
primeira universidade do Estado do Ceará foi ocupada tão logo a Câmara dos
Deputados aprovou, em segundo turno, por 359 votos a 116 (com duas abstenções),
o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que limita os
gastos públicos pelas próximas duas décadas. Além de se manifestarem contra
essa proposta e o PLP 257, as quais congelam os gastos com o serviço público,
atacando diretamente a classe trabalhadora, eles/as se posicionam contrário
ainda à alteração da LDB, que exclui as leis 10.639/2003 e 11.645/2008,
retirando a obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana,
afrobrasileira e indígena do currículo escolar, e também excluem disciplinas
importantes no processo de formação crítica.
Dentro
desta seara, o Grunec reconhece na luta estudantil um ato democrático, de
cidadania e de politização, pois demonstram que eles/as enquanto estudantes
preocupam-se com quem lhes representa, ao passo que caminham no sentido de que
querem outra universidade, mais aberta, mais democrática, mais diversa, mais
plural. Uma Universidade Pública e gratuita, mas de qualidade, autônoma e
inserida com ênfase na sociedade.
Confira a nota
NOTA DE APOIO AOS ESTUDANTES EM
LUTA POR DIREITOS
MOVIMENTO DE OCUPAÇÃO DA URCA
O Grunec - Grupo de Valorização
Negra do Cariri como entidade constituída para fins cultural-educativo com a
missão de promover ações estratégicas e luta pela implementação de políticas
públicas voltadas para a população negra, igualdade racial e políticas de
gênero e contra todas as formas de opressão, exclusão social, discriminações,
preconceitos e racismos entende, reconhece e apoia a luta estudantil e
apresenta solidariedade política e apoio aos estudantes universitários que no
momento ocupam a reitoria da Universidade Regional do Cariri – URCA, em
Crato-Ceará.
Reconhece a luta estudantil como um
ato democrático, de cidadania e de politização, tendo na pauta de
reivindicação pontos estratégicos que reforçam, e muito a nossa arma ideológica
enquanto movimento social. Desta feita, a ocupação da reitoria da referida
universidade tem um ideal, tanto que as bandeiras de luta logo deixaram
transparecer, citemos aqui as que contemplam Políticas de ações afirmativas
referenciadas na pauta “contra os casos de Racismo, Machismo e LGBTFobia”, bem
como, “contra casos de intolerância religiosa” e “Implementação da Lei de Cotas
raciais e sociais na Universidade”, sem esquecer de mencionar outras
reivindicações tão importantes quanto, como por exemplo, a que pede “eleições
diretas para reitoria”.
Buscar formas que empoderem o(a)
universitário(a) é de suma importância, pois fortalece a democracia e se
configura como um ato de cidadania, além de demonstrar que eles/as enquanto
estudantes preocupam-se com quem lhes representa, ao passo que caminham no
sentido de que querem uma outra universidade, mais aberta, democrática, mais
diversa, mais plural. Uma Universidade Pública e gratuita, mas, de qualidade,
autônoma e inserida com ênfase na Sociedade.
Parabeniza a retomada político
radical no contexto e prática de movimento estudantil que se mostra ativista,
protagonista, militante e intervencionista de forma positiva em luta por
direitos negados à Comunidade estudantil, aos docentes e aos funcionários nas
mais diversas necessidades.
Reconhece essa manifestação como
marca de luta do movimento estudantil em nosso país em todas as etapas
históricas, citando apenas, luta contra o capitalismo, a ditadura
civil-militar, caras pintadas e na própria região do Cariri – Ceará, quando
estudantes da então Faculdade de Filosofia do Crato reivindicavam nas ruas e
no interior da própria Instituição de Ensino Superior uma agenda que
contemplasse: “Universidade pública, gratuita e de qualidade”.
Ressalta-se a articulação da
ocupação à Conjuntura Política, Econômica e Social do Brasil, atualmente,
envolto em retrocessos e ameaças, à incipiente democracia brasileira, impostas
pelo governo golpista Michel Temer, legitimado pelo Congresso, mercado,
justiça, coorporativo, fundamentalismo, discursos e símbolos, instituições
patronais, mídia, elite conservadora e impondo uma agenda que fortalece o
“Desenvolvimento neoliberal,” meritocracia, acirramento de desigualdades
político, de classe, gênero, raça e etnia, dependência externa e exclusão
social, lembrando a PEC 241 na Câmara, agora, PEC 55 (no Senado) que congela
despesas do governo Federal por 20 anos, que prejudica, em todas as dimensões,
a classe trabalhadora, e ainda, retrocede programas e políticas de igualdade
racial e de gênero.
E ainda, a desastrosa Medida
Provisória 726 de Reforma na Educação com objetivo de minar formação crítica e
cidadã dos estudantes, apresentando a única alternativa de formação para o
mercado; Venda do Pré-sal que preconizava recursos para a Educação; Redução do
ingresso de estudantes às Universidades, diminuição de concursos, dentre
outros absurdos.
Essa política conservadora e de
cortes retardam ou encerram possibilidades de avanços, acessos, direitos,
cidadania, justiça e inclusão. Alteram políticas econômicas e sociais dos
Estados e municípios, consequentemente, influenciam negativamente ao
funcionamento pleno das universidades.
A pauta de reivindicações legitima
a ocupação da URCA e insere-se no contexto de ocupações que ocorrem em todo o
Brasil, em escolas e Universidades razão para que o Grunec coloque sua energia
em apoio incondicional a esse enfrentamento político e organizativo dos(das)
estudantes que resistem.
Grupo de Valorização Negra do
Cariri – Grunec.
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