O
ano de 2016 chegou ao fim sem que Michel Temer desse ao Brasil o ato de
grandeza que dele se esperava, a renúncia.
Do
247
Se
tivesse renunciado ainda no ano passado, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), teria que convocar eleições diretas em 90 dias, permitindo que a
democracia roubada com o golpe parlamentar de 2016 fosse devolvida ao povo
brasileiro.
Se
Temer vier a renunciar em 2017, em tese o Brasil terá eleições indiretas, com
um novo presidente sendo escolhido pelo Congresso, onde mais de 200 parlamentares
são investigados por corrupção.
Seria
uma saída péssima para o País, mas o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso já
se posicionou em favor de eleições diretas, em caso de queda da
"pinguela" – apelido dado por FHC a Temer.
O
ex-presidente Lula, igualmente, tem defendido eleições diretas antecipadas,
assim como o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Portanto,
se Temer decidir propor um diálogo envolvendo PMDB, PSDB, DEM e PT, ainda
haverá a possibilidade de um pacto democrático, que permitiria a saída da crise
política e econômica que há dois anos empurra o Brasil para o despenhadeiro.
Se
Temer não renunciou em 2016, nada indica que o fará em 2017. Mas ele tem muito
pouco a ganhar na presidência. Rejeitado por 77% dos brasileiros e com a imagem
de traidor grudada em sua biografia, Temer viu 3 milhões de brasileiros
perderem o emprego no ano passado e as previsões indicam que mais 1 milhão
serão demitidos em 2017.
Portanto,
embora o Palácio do Planalto, segundo Veja, aposta que Marcela Temer irá
torná-lo menos rejeitado, essa hipótese é amplamente improvável. A renúncia
ainda é o melhor caminho.
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