Os
golpistas perderam qualquer resquício do pudor.
O
“toma lá dá cá” é a céu aberto, e a vítima, para variar, são os trabalhadores.
Em
apenas uma semana, 51 deputados federais traíram os trabalhadores.
Um
deles, Arnaldo Jordy (PPS/PA), em dose dupla.
Explico.
Viomundo
- Na terça-feira passada (18/04), a manobra da dupla Michel Temer-Rodrigo Maia
colocou em votação a urgência da reforma trabalhista.
Implodiu:
por 230 a 163 votos, a Câmara rejeitou a urgência.
Menos
de 24 horas depois, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), num golpe à
la Cunha, colocou de novo em votação a urgência da reforma trabalhista.
E
a Câmara aprovou.
Detalhe:
em menos de 24 horas, 24 deputados que haviam sido contra a urgência, votaram
sim.
Em
matéria na Folha de S. Paulo, Ranier Bragon, observou:
A comparação dos mapas de votação de
terça (18) e desta quarta-feira (19) mostram que, em menos de 24 horas, foi criada
uma bancada de 24 deputados “vira-casaca”: eles votaram contra a tramitação
mais rápida da reforma na terça, mas mudaram de ideia e, nesta quarta, apoiaram
a tese do governo.
A derrota do dia anterior foi
simbólica para o governo porque ele pretende usar a aprovação da reforma
trabalhista como um sinal ao mercado e ao país de que tem musculatura
legislativa para aprovar a reforma da Previdência, que exige apoio maior dos
congressistas (pelo menos 60%).
Com isso, o governo pressionou
partidos que têm ministério e conseguiu reverter as defecções: o partido com
mais vira-casacas foi o próprio PMDB de Temer. Quatro mudaram de ideia a favor
do governo em menos de 24 horas.
Depois vêm PSB (3), PP (3), PTN (3) e
PR (3), incluindo Tiririca (SP), deputado mais votado no Brasil em 2010 e o
segundo mais votado em 2014.
Abaixo,
a lista do vira-casacas, feita por Bragon. Veja-os na fotomontagem acima.
Nessa
terça-feira (25/04), a comissão especial da reforma trabalhista votou o
relatório.
Ele
foi aprovado por 27 votos a 10.
Os
nomes dos que traíram os trabalhadores estão na lista abaixo. O deputado
Arnaldo Jordy pediu “bis”.
Neste
momento, a reforma trabalhista está em debate no plenário da Câmara.
Rodrigo
Maia quer votar hoje de qualquer jeito.
Afinal,
quem vai trair os trabalhadores hoje e enterrar a CLT? A troco de quê?
Na
semana passada, a União Geral dos Trabalhadores (UGT) fez um levantamento,
cotejando a mudança de votos no dia 19 de abril com o Diário Oficial da União
(DOU).
Descobriu
um grande volume de nomeações e
liberações de verbas publicadas naquelas 24horas.
“A relação do governo Temer com Congresso se
caracteriza pela troca de favores”, observa o deputado federal Paulo
Pimenta (PT-RS).
“E na votação em plenário isso vai prevalecer
mais ainda”, atenta.
“Tanto que exonerou três ministros para que
voltassem à Câmara e votassem”, expõe Pimenta.”Ou seja, aqueles que o governo não consegue comprar, ele substitui”.
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