Em
entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, publicada neste domingo, Michel Temer,
que completou um ano de golpe na última sexta-feira, admitiu seu próprio
fracasso, ao definir como medida de seu eventual sucesso a questão do emprego.
“O meu principal objetivo é combater o
desemprego. Se não conseguir, aí sim você pode dizer que o governo não deu
certo. Não é por causa da Previdência”, disse ele.
Do
247 - Como o Brasil saiu do pleno
emprego, ao fim de 2014, último ano do primeiro mandato da presidente Dilma
Rousseff, para o maior desemprego da história, com 14,2 milhões de pessoas sem
ocupação, Temer é um fracasso, segundo suas próprias palavras.
Em
2015, o desemprego começou a crescer quando Eduardo Cunha, antigo parceiro de
Temer, se aliou a Aécio Neves para promover o "quanto pior, melhor", criando as condições para o golpe. Nos
últimos doze meses, de 12 de maio de 2016 até hoje, a responsabilidade é toda
de Temer, que não reverteu o desastre e aprofundou a depressão econômica.
Na
entrevista, Temer sinaliza não ter votos para aprovar sua reforma da
Previdência. "Se não aprovar a
Previdência, vamos ter soluções, o Brasil não vai parar por causa disso. O que
vai acontecer é que daqui a dois, três anos, vai ter de fazer uma reforma. Não
há dúvida", diz ele.
Depois
dessa votação, ele disse que sua meta é começar a viajar. "Outra coisa que quero é viajar um pouco para
tentar trazer investimentos, incentivar o investimento estrangeiro no nosso País",
afirmou.
Temer
falou também sobre ser rejeitado por 92% dos brasileiros, que veem o Brasil no
rumo errado, e ser o ocupante do Palácio do Planalto com a maior rejeição em
todos os tempos. "Veja que até caiu
um pouco a minha popularidade depois do lançamento das reformas trabalhista e
previdenciária. Na da Previdência dizem que agora o Temer quer acabar com os
aposentados, tirar a comida das nossas bocas. Tem essa pregação que torna o
governo impopular. Eu nunca jogo com o presente, jogo com o futuro."
Ele
também admitiu que poderá ser um peso para os próprios aliados nas eleições de
2018. "Se eu estiver bem, é claro
que todos virão me procurar em busca de apoio. Se estiver mal, ninguém vai
querer se aproximar. Não é assim a vida?"
Temer
também defendeu seus nove ministros investigados na Lava Jato – situação que
não o atinge apenas por o procurador-geral Rodrigo Janot decidiu blindá-lo.
"Aqui tem pessoas mencionadas que
são da melhor qualificação administrativa, prestam um serviço extraordinário. É
um custo-benefício que compensa", afirma.
Por
fim, ele debochou do Fora Temer, que é o desejo de praticamente todos os
brasileiros. "De vez em quando eu
vejo com satisfação que uma ou outra pessoa ergue uma faixinha e se perde na
multidão", afirmou.
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