Um
Juliano Trevisan foi barrado na entrada de uma boate em Curitiba, na noite de
quinta-feira (13), por causa da roupa que vestia –uma camisa social preta e uma
gravata da mesma cor.
Segundo
o funcionário que o abordou, o frequentador “parecia um segurança” e iria ser
confundido no interior do local, no James Bar.
Por
Stelita Hass Carazzai, no Folha. “Eu fiquei tão bobo que não tive reação”,
contou Juliano Trevisan, 27, à Folha. “Ele
me olhou dos pés à cabeça e disse isso.”
Trevisan
se retirou do local, sem reclamar, e diz que “a ficha só caiu” minutos depois. “É engraçado, porque no início você se
culpa. Pensei: poxa, poderia mesmo ter trocado de roupa. Aí que veio a noção do
absurdo.”
Ao
chegar em casa, ele postou uma carta ao bar nas redes sociais –que se retratou,
pediu desculpas pelo ocorrido e demitiu o funcionário.
Em
nota, o James Bar informou que foi “uma
atitude arbitrária” e que isso “não
condiz com o que acreditamos”.
Trevisan,
natural do interior do Paraná, é advogado e trabalha como diretor de marketing
de uma escola. Também tem um canal no YouTube, onde fala sobre preconceito e
empoderamento negro. Com tatuagens, barbas e cabelo dreadlock, classifica seu
estilo como “excêntrico”.
“Infelizmente, a nossa sociedade é muito
visual; está pouco preocupada com o que as pessoas têm a oferecer”, afirma.
Para
ele, que diz ter recebido mensagens de dezenas de pessoas que passaram por
situações parecidas, “preconceito não é
mimimi”.
“Sempre que isso acontece, passa um filme na
minha cabeça; e é isso que ninguém entende”, comenta, lembrando de outras
situações de discriminação. “Tem gente
que vira para mim e fala: foi só isso? Mas nunca é só isso.”
esse man tem estilo
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