A
África do Sul deu um passo nesta terça-feira (27) para acelerar uma reforma
agrária, permitindo a expropriação de terras que haviam sido confiscadas de
negros para serem cedidas a proprietários brancos. Sob o governo do presidente
Cyril Ramaphosa, o Parlamento apoiou uma moção que pede uma emenda na
Constituição para permitir a tomada dessas terras sem oferecer compensação.
A
medida foi proposta pelo partido de esquerda Combatentes da Liberdade Econômica
(EFF) e apoiada pelo governista Congresso Nacional Africano (CNA) — partido do
ex-presidente Nelson Mandela e que passou por fortes turbulências internas e
casos de corrupção que derrubaram em meados deste mês o antecessor de
Ramaphosa, Jacob Zuma. De maneira mais reservada, o CNA advogava pela proposta
há tempos, a fim de diminuir as disparidades na propriedade de terras,
amplamente concedidas a brancos no período de dominação britânica e durante o
regime de segregação racial.
Como
o CNA, que tem a maioria no Parlamento, apoiou a medida, a moção foi aprovada
por 241 votos contra 83. Com a decisão, o Parlamento formará uma comissão para
revisar a Constituição até agosto e determinar se a proposta não a fere.
Depois, serão necessários dois terços dos congressistas votando a favor para
que a medida passe em definitivo.
—
Devemos garantir a restauração da dignidade de nosso povo sem compensar os
criminosos que roubaram nossas terras — declarou o líder do EFF, Julius Malema,
ex-líder da juventude do CNA. (Com
informações da Revista Fórum).
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