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Cuba se retira do Mais Médicos após declarações “ameaçadoras e depreciativas” de Bolsonaro


Cuba se retira do Mais Médico após declarações "ameaçadoras e depreciativas" de Bolsonaro. (Foto: Reprodução).

O governo de Cuba comunicou nesta quarta-feira (14/11) que vai se retirar do programa Mais Médicos devido a declarações “ameaçadoras e depreciativas” do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que anunciou modificações “inaceitáveis” no projeto. As informações são da agência alemã Deutsche Welle.

Com a decisão, milhares de médicos cubanos que trabalham no Brasil devem voltar para a ilha. “Diante dessa realidade lamentável, o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do programa ‘Mais Médicos’, anunciou o ministério cubano, que comunicou ter informado o governo brasileiro.

Segundo o governo cubano, Bolsonaro questionou a formação dos especialistas cubanos, condicionou sua permanência no programa à revalidação do diploma e impôs como único caminho a contratação individual.

O povo brasileiro, que fez do Programa Mais Médicos uma conquista social, que confiou desde o primeiro momento nos médicos cubanos, aprecia suas virtudes e agradece o respeito, sensibilidade e profissionalismo com que foi atendido, vai compreender sobre quem cai a responsabilidade de que nossos médicos não podem continuar prestando seu apoio solidário no país”, afirmou o Ministério da Saúde Pública de Cuba.


Bloqueio dos EUA à Cuba foi “um tiro no pé” dos norte-americanos, diz Emir Sader




O sociólogo, cientista político e colunista da RBA Emir Sader deu entrevista nesta quinta-feira (18) à jornalista Marilu Cabañas, da Rádio Brasil Atual, na qual analisa o anúncio da retomada das relações entre Cuba e Estados Unidos. O colunista afirma que falta terminar com o bloqueio econômico à ilha e que o reatamento entre os países pode acelerar o processo de devolução de Guantánamo aos cubanos, ocupada desde o século 19: "Lá existem 130 presos, metade deles são considerados perigosos, teoricamente não poderiam voltar para os Estados Unidos, porque a Câmara decidiu que eles não poderiam estar em território norte-americano, mas é um problema menor comparado a essa virada espetacular de página que se deu ontem na normalização de relações entre os dois países".

Sader sobre a alfabetização em Cuba: "não foi só um processo
educacional, mas de consciência política"
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Veja a seguir a íntegra da entrevista:

Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciaram nesta quarta-feira (17) mudanças históricas nas relações entre os dois países. Lembrando que o país caribenho sofre embargo desde 1961, o que está mudando entre os dois países?

Na prática, acaba sendo o fim do conflito como ele existiu durante toda a Guerra Fria. Conforme o título do livro do Fernando Morais (Os Últimos Soldados da Guerra Fria, de 2011) são os últimos soldados da Guerra Fria esses cinco cubanos que agora voltaram para o país e aquela Guerra Fria terminaria aí.

Cuba sempre considerou que a chance de normalização das relações se daria num segundo governo de um presidente democrata. O Jimmy Carter não teve segundo mandato, o Clinton teve um conflito maior, houve intensificação no final do segundo mandato dele de ações contra Cuba, um avião que soltou panfletos em Havana; e aí piorou a relação no final desse governo em vez de melhorar.

E agora se confirma essa possibilidade, a ideia de que um governo democrata que já não depende tanto do lobby cubano em Miami teria mais autonomia. Claro que passou por outras circunstâncias, e que nesse caso até mesmo pela liberação de um empresário, pelos três cubanos que ainda estavam presos, mas não foi simplesmente a libertação, quer dizer, finalmente, o Obama tomou a decisão e virou essa página, pois ele tinha se comprometido no começo do seu primeiro mandato em terminar essa situação de conflito absolutamente anômala em relação a Cuba.

Foi uma espinha na garganta dos Estados Unidos, a ideia de que tivesse um regime socialista a 120 quilômetros, como a distância de São Paulo para Campinas, e ele não conseguir destruir (o regime cubano); a ruptura de relações e o bloqueio parte disso, da ideia de asfixiar Cuba.

E a ilha ficou de fato extremamente isolada no começo, todos os países da América Latina romperam relações, salvo o México, mas o México só mantinha relações diplomáticas. Para comprar um palito, Cuba tinha que comprar na Inglaterra, na Espanha, esperar, ou comprar na União Soviética, era uma situação de precariedade muito grande.

Ao longo do tempo, os países, inclusive o Brasil, foram rompendo essa situação e estabelecendo relações com Cuba. Se no começo a ilha estava isolada, no fim desse processo quem estava isolado eram os Estados Unidos, quer dizer, desde 1992, as condenações ao bloqueio nas Nações Unidas fizeram com que apenas eles  (Estados Unidos), Israel e alguma ilha sem nenhuma importância no Pacífico votassem juntos.

Era uma situação que reverteu contra os Estados Unidos, mas que era mantida porque era uma questão meio que de princípios. Mais de dez presidentes disseram que iam derrubar o governo do Fidel Castro, e agora de Raúl Castro. Olha a lista de presidentes desde o Kennedy até hoje, então, agora se pode dizer que Cuba ganhou esse enfrentamento, porque os Estados Unidos confessaram que a ruptura de relações não teve eficácia, mas ainda faltam várias coisas.

Falta terminar com o bloqueio, que é uma decisão da câmara norte-americana, portanto, com maioria republicana, é um tema que ainda tem que ser discutido; os republicanos a princípio se manifestaram contra a atitude tomada pelo Obama.

E falta Guantánamo, que era território cubano, e os Estados Unidos, quando intervieram no fim do século 19 para impedir que Cuba expulsasse a Espanha e se tornasse independente, sob o pretexto de pacificar as relações, ficaram com a base de Guantánamo, que se tornou uma base militar e hoje é um presídio, de maneira absolutamente indevida.

Até um certo momento, Cuba colocava essa questão para normalizar as relações, depois, em um gesto de boa vontade, aceitou que as relações fossem normalizadas com esse absurdo, que é um pedaço de seu território ocupado militarmente pelos EUA.

Agora, certamente esse tema volta à baila, e também coincide com um problema que Obama quer resolver até o fim do seu mandato. Lá existem 130 presos, metade deles são considerados perigosos, teoricamente não poderiam voltar para os EUA, porque a Câmara decidiu que eles não poderiam estar em território norte-americano, mas é um problema menor comparado a essa virada espetacular de página que se deu ontem na normalização de relações entre os dois países.

Essa reaproximação entre os dois países é um processo que vem se desenvolvendo já há alguns meses, dizem que com a ajuda do papa Francisco. O que o papa tem a ver com essa história?

Eu acho que foi na fase final. O encarregado dessas negociações, que era o Ricardo Alarcón, cubano que era presidente da Assembleia de Poder Popular, deixou de ser parlamentar, mas continuou com essa responsabilidade; ele sempre disse que esse empresário (Alan Gross) era a grande parada para eles conseguirem resolver o problema, então, já vem de 2009 essa ideia de que eles pegaram um personagem graúdo, por ser um empresário que foi levar aparelhos de transmissão e comunicação para setores da oposição de maneira ilegal.

Então, é uma coisa que vem já há um tempo. Diz-se até que a deterioração da saúde dele acelerou as negociações e significativamente, porque ele é um cara que tem um papel importante no mundo, o papa também participou dessa fase final.

O Raúl Castro agradeceu as autoridades canadenses, pois houve negociações no Canadá em algum outro momento, mas certamente o papa foi importante talvez até para acelerar a realização desse gesto político e diplomático importante; não se menciona o papel dele, certamente deve ter sido um chamado deles para ajudar nessa fase final.

Apesar de todos os problemas do embargo, Cuba se destaca na área da saúde e da educação. Como é que isso foi possível?

Foi possível pela priorização. Primeiro que o sistema socialista tornou o direito igual para todos. E o setor é totalmente estatizado. A saúde é absolutamente gratuita para todos e a educação também.

Logo no começo da revolução, o governo chamou os estudantes que quisessem participar do processo de alfabetização para suspender as aulas na universidade e participar; eles participaram maciçamente e foi aí que a juventude cubana conheceu o povo cubano, porque a participação não foi maciça no processo de guerrilha. E ai se deslocaram para Sierra Maestra para conhecer o povo cubano e alfabetizá-lo. Não foi só um processo educacional, mas de consciência política também.

E sempre foi um tema prioritário, veja, a Bolívia, que é um dos países mais pobres do continente, acabou com o analfabetismo porque tornou prioritário o tema, então, jogou esforços essenciais aí, com a participação dos alfabetizadores cubanos. Então, na verdade, o essencial não é pobreza ou riqueza, mas a prioridade que se dá ao tema.

Mesmo na operação através da qual hospitais instalados pelos cubanos recuperam a visão de pessoas que não sabiam que poderiam enxergar direito, tem mais de 3 milhões de pessoas que recuperaram a vista. Ela é feita em território boliviano, por exemplo, tem argentinos que cruzam a fronteira para recuperar a visão, operados em hospital boliviano por médicos cubanos.

Então, é um tema de prioridade, não é uma situação de anomalia especial. O direito à edução é um tema universal. Mesmo quando Cuba flexibilizou profissões privadas para as pessoas conseguirem se virar além da economia estatal, é proibido ter educação privada ou sistema de saúde privada, é a responsabilidade do estado que responde em relação a toda a população.

Com a retomada das relações, vai ficar mais fácil sair ou entrar em Cuba?

Cuba já tinha liberado a saída para quem quisesse passear, só que é preciso conseguir visto fora. Esse sistema vai continuar a existir, só que agora os próprios Estados Unidos flexibilizaram a circulação de turistas, essa é uma das necessidades de Cuba, um turismo norte-americano em grande quantidade, é um país belíssimo, com condições de segurança que outros países não têm, além do interesse de conhecer o país como tal.

Então, eu acho que o turismo vai aumentar, sobretudo o turismo norte-americano, embora isso ainda não esteja absolutamente escancarado, mas certamente vai se intensificar. Tem voos já para o país, mas agora as companhias de aviação devem intensificar os voos, já que o país oferece bons lugares para turismo. E isso representa também maior comércio, já que os EUA liberaram a compra em maior quantidade de dólares para os norte-americanos que vão a Cuba, comprar rum, charutos, etc., isso também vai aumentar.

Na sua avaliação, qual é o maior problema enfrentado hoje pela população cubana e em que medida a retomada do diálogo com a Casa Branca pode mudar esse cenário?

É retomar um novo ciclo de expansão econômica em que o bloqueio era o problema real, quer dizer, na semana passada mesmo, um banco alemão recebeu uma multa muito forte por estar tendo relações com Cuba, então, o bloqueio...

Eles têm mão de obra qualificada, têm condições de trabalho muito boas, e tudo o mais, só que a dificuldade maior é que não podem explorar essas condições favoráveis, porque qualquer navio que para em Cuba não pode parar nos Estados Unidos durante seis meses.

Vários obstáculos que as leis mais recentes intensificaram, isso dificultou, isolou tanto que Mariel (porto de Mariel, construído com ajuda de financiamento brasileiro) era uma tentativa de ajudar a romper esse isolamento. Agora tem outro sentido, quer dizer, agora esse isolamento não existe, Mariel vai ser fundamental no comércio da região e o Brasil acertou de mão cheia tendo contribuído para sua construção, além de outros investimentos em Cuba.

Cuba oferece primeiro curso sobre Ebola para médicos das Américas


O primeiro curso sobre Ebola para profissionais da saúde de toda a América começa nesta segunda-feira em Havana, uma nova iniciativa encabeçada por Cuba no combate à epidemia mortal, noticiou a imprensa local.

"O primeiro Curso Internacional para a Prevenção e o Enfrentamento do Vírus Ebola na região das Américas começa hoje (segunda-feira) no Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, em Havana", reportou a agência cubana Prensa Latina.

Equipe de 165 médicos cubanos chega ao aeroporto de Freetown
para ajudar no combate ao Ebola. AFP/AFP/Arquivos.
Neste mesmo instituto foram capacitados os 256 médicos e enfermeiros cubanos, enviados aos países africanos mais afetados pelo vírus - Serra Leoa, Guiné e Libéria -, uma ação que pôs a ilha na vanguarda do combate ao temido vírus, o que rendeu a Havana elogios incomuns de Washington.

O curso se estenderá até a sexta-feira, mas a Prensa Latina não informou até agora quais são os países participantes, nem a quantidade de assistentes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a epidemia de Ebola já matou quase 5.000 pessoas de um total de cerca de 13.000 casos registrados.

Este curso é uma das "30 linhas" de ação conjunta contra o Ebola, desenhadas em 30 de outubro após uma reunião técnica de dois dias, à qual assistiram autoridades sanitárias de todos os países americanos, com exceção de São Cristóvão e Nevis.

A reunião técnica foi convocada pelos chefes de Estado da Alba - bloco integrado por nove países com governos de esquerda da América Latina e do Caribe -, em uma cúpula extraordinária sobre o Ebola, celebrada em 20 de outubro, na capital cubana.


Via Notícias Yahoo

Ebola: ex-presidente cubano oferece ajuda aos Estados Unidos para combater doença


Tema sugerido pela professora Valéria Rodrigues

Fidel Castro, ex-presidente de Cuba, esquecendo as rivalidades do passado e àquelas do presente como resquícios das de outrora veio a público oferecer ajuda aos Estados Unidos com o propósito de combater o ebola e evitar que esta doença se propague pela a América Latina.

Temos prazer em cooperar com os americanos nessa tarefa; e não na busca da paz entre dois Estados que têm sido adversários durante tantos anos, mas pela paz no mundo, um objetivo que podemos e devemos alcançar”, arguiu o ex-presidente cubano em artigo publicado no sábado, 18 de outubro, no jornal oficial Granma.

No artigo que recebeu o título “A hora do dever”, ele discorre que ao cooperar com o país vizinho, com quem Cuba teve relações diplomáticas rompidas desde 1961, se evita que o ebola se espalhe, além de proteger a população cubana e de toda a América Latina.

Segundo informações do Diário do Centro do Mundo e do portal BBC, os norte-americanos foram, depois da Espanha, o segundo país que não se encontra no continente africano onde se verificou contágio desta doença em seu próprio território.

É digno de registro ainda que duas enfermeiras americanas foram contaminadas com o vírus ebola em um hospital do Texas, ao tratarem de um paciente que contraiu a doença na Libéria e acabou morrendo nos EUA.

Ainda em conformidade com os portais supracitados o ebola já matou mais de 4.500 pessoas, a maioria na Libéria, Guiné e Serra Leoa. A Organização Mundial de Saúde - OMS estima que haja, nesses três países, mais de 9 mil pessoas infectadas pelo vírus, que mata em 70% dos casos.

Note-se também que em outro desdobramento trágico, a Organização das Nações Unidas - ONU informou que o ebola já deixou ao menos 3,7 mil crianças órfãos nos três países que vem sendo assolados pela doença, sendo que muitas delas perderam tanto o pai como a mãe em face da epidemia.





Médicas cubanas têm cara de empregada doméstica; será que são médicas mesmo? Pergunta jornalista




Jornalista brasileira causa revolta ao lamentar chegada de profissionais de Cuba ao Brasil: “médicas cubanas têm cara de empregada doméstica; será que são médicas mesmo? Coitada da nossa população”

Jornalista Michelne Borges diz que médicas cubanas parece empregadas
domésticas. Ela deletou sua conta no facebook após as declarações
preconceituosas. (Reprodução).
A chegada de profissionais de saúde cubanos no Brasil revela a face mais hipócrita, egoísta e retrógrada de parte da sociedade brasileira, provocando reações que causam constrangimento em qualquer brasileiro com o mínimo de bom senso.

No Ceará, médicas brasileiras hostilizaram sem nenhum pudor médicos cubanos que participavam do primeiro dia de curso. Em Minas Gerais, o presidente do Conselho Regional de Medicina, João Batista Gomes Soares, afirmou que orientará seus médicos para não socorrerem pacientes que sejam vítimas de “possíveis erros” de cubanos. A declaração do presidente do CRM/MG deflagra um claro estímulo ao crime de omissão de socorro.

Nas redes sociais os posicionamentos não são menos desastrosos. O mais recente foi o da jornalista potiguar Micheline Borges, que afirmou que as médicas cubanas “têm cara de empregadas domésticas”, questionando se as profissionais da ilha caribenha são realmente formadas em medicina.

Em outro trecho, ela reitera sua reclamação a respeito da imagem dos profissionais cubanos. “Médico, geralmente, tem postura, tem cara de médico, se impõe a partir da aparência”.
Após a repercussão, Micheline Borges deletou sua conta do Facebook. (via Pragmatismo Político)

Vamos Nós

Esse é o país em que só os hipócritas acreditam no mito da Democracia Racial. Toda nossa solidariedade aos médicos cubanos, os (as) negros (as) de forma especial.