“...porque nós formamos um cidadão que não sabe
realmente quem ele é. Ele quer ser considerado como europeu, como ocidental.
Quando, na realidade, ele é brasileiro. Ele é o fruto, o resultado de um
encontro das culturas e das civilizações. No cotidiano, ele passa, tropeça nas
contribuições africanas, mas não tem consciência disso. Seria bom oferecer, na
formação do cidadão, não apenas os valores ocidentais, mas os valores da
história, da visão do mundo, da filosofia de vida dos povos que construíram o
Brasil. É necessário que isso seja ensinado nas escolas brasileiras, faz parte
do processo da educação, para que uma pessoa possa respeitar a outra...”
Kabengele Munanga (2008)
Em março de 2003, foi aprovada a Lei Federal
nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e
Afro-Brasileira nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Essa lei altera a
LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e, comprometida com as origens do povo
brasileiro, tem o objetivo de promover uma educação que reconhece e valoriza a
diversidade. A implementação da lei é um desafio que se faz presente no espaço
escolar e entre os professores da Educação Básica há mais de uma década, pois
em sua proposta é necessária a construção de diversos conhecimentos
multidisciplinares sobre as culturas africana e afro-brasileira.
E
para vencer os diversos desafios, muitos são os caminhos, processos e iniciativas
a serem percorridos.
Em
2008, foi produzido no Salto para o Futuro o Documentário: Africanidades
Brasileiras e Educação, que agora está disponível aqui e no site da TV Escola.
Nesse
documentário, um grupo de entrevistados reflete sobre as africanidades
brasileiras. São eles: Carlos Moore Wedderburn – Universidade do Caribe; Georgina Helena Lima Nunes –
Universidade Federal de Pelotas; Julio César Tavares – Universidade Federal
Fluminense; Kabengele Munanga – Universidade de São Paulo; Joselina da Silva –
Universidade Federal do Ceará; Yedo
Ferreira – Movimento Negro; Luena Pereira – Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro; Alain Pascal Kaly – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; e
Azoilda Loretto da Trindade – Coordenadora do Instituto Diálogo entre Povos e
Consultora desse Documentário.
Convidamos
todos a assistirem!