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Livros de papel X livros digitais: minha opção


Achei, algum tempo atrás, que tinha abandonado os livros de papel pelos digitais.

Montei, nos últimos anos, uma respeitável biblioteca digital, graças sobretudo ao esplêndido acervo de literatura de domínio público em língua inglesa.

A monumental História da Inglaterra por David Hume não me custou, por exemplo, mais que alguns cliques.

As vantagens do livro digital são conhecidas. Você pode comprar sem sair da sua poltrona. Você monta uma biblioteca que não consome espaço em sua casa. Você preserva o meio ambiente ao poupar papel.

E você tem recursos tecnológicos fora do alcance dos livros normais. Um dicionário e, particularmente caro para mim, um marcador para assinalar passagens marcantes. Sempre gostei de destacar frases que me impressionam, mas raramente tive a disciplina para ler um livro acompanhado de uma caneta.

Com tanta coisa a favor dos livros digitais, alguma coisa me empurrou de volta ao papel recentemente. Agora, tenho equilibrado meu tempo de leitura entre livros digitais e livros tradicionais.

Nostalgia? Há um pouco disso, sim. Livros, tal como os conhecemos até o advento da internet, são uma das minhas paixões eternas.

Poucas coisas se igualaram em poder de arrebatamento, em minha vida, a um passeio numa livraria. Almoçar ou jantar na companhia de um livro foi sempre também um de meus programas favoritos.

Minha minibiblioteca. Tenho preferência pelos
 livros de História, Filosofia e Sociologia. 
Mas há algo mais que a força nostálgica por trás de meu movimento recente.

Percebi que minha concentração ao ler um livro é muito maior no papel que na internet. Muitas coisas distraem você quando você está conectado.

A tentação de checar as últimas notícias é grande. Como resistir a uma checagem na correspondência, ou um pulo no Facebook ou no Instagram?

No meu caso pessoal, verificar o DCM é uma atividade definitivamente convidativa: estatísticas, comentários, coisas assim.

O livro de papel como que me isola para a leitura. Por meia hora, uma, duas horas estou entregue às páginas, como numa meditação literária.

Sei que os livros de papel vão se extinguir. Nada pode evitar isso.

Mas não será com minha ajuda, tenho certeza. Haverei de levá-los em minha vida até o último de meus dias.


A análise é de Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo