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Professor de filosofia descobre em sala de aula como a mídia desinforma



Ontem num debate sobre ética em uma aula minha percebi o resultado da estratégia da manipulação midiática.

Todos os meus alunos achavam que o processo de impeachment contra a Dilma (golpe) era por causa da Lava Jato.


Quando comecei a explicar que a tese do impeachment (golpe) era de que a presidenta usou dinheiro da Caixa Econômica Federal para manter os programas sociais eles ficaram perplexos.

— Mas professor, ela não roubou?

— Não, não é acusada de ter roubado um único centavo. A única coisa que fez foi colocar dinheiro público de um banco estatal em programas sociais, e depois, devolver esse dinheiro à Caixa.

Isso foi suficiente para passarem a se posicionar contra o impeachment e se sentirem enganados pelos meios de comunicação que misturam uma coisa com a outra o tempo todo.

Agora pergunto: isso é fazer propaganda petista ou cumprir com a minha obrigação como professor de filosofia de questionar a massificação da propaganda ideológica golpista feita pelos meios de comunicação?

Acredito firmemente que a função da filosofia no ensino médio deva ser possibilitar que os alunos pensem criticamente a sociedade. Isso significa pensar por conta própria. E numa época de mídia de massa onde os meios de comunicação, principalmente a Globo que comprovadamente já participou de alguns movimentos golpistas na nossa história, determinam os rumos da política, temos a obrigação de desconstruir a ideologia dominante.
Ideologia essa que nos leva a passos largos para o abismo fascista.

Adorno após a Segunda Guerra já nos alertava da necessidade de uma Educação pós-Auschwitz.

Não temos portanto o direito de aderir à histeria da classe média, frustrada em suas pulsões consumistas durante um período de crise mundial.

Nem o niilismo, nem o individualismo pós-moderno atendem as necessidades de enfrentar o avanço fascistizante.

Apenas o apelo à razão, tão surrada nos últimos tempos, nos serve neste momento.

As classes se levantam e se conflitam no movimento dialético da história. Não há espaço para torres de marfim.

Heidegger não foi perdoado. Já conhecemos o mundo onde pisamos. Faz-se urgente transforma-lo.

Ou deixaremos a tristeza e a servidão como únicas heranças para os pensadores(as) do futuro.

O golpe está em andamento diante dos nossos olhos. O silêncio não é uma opção.

*Professor de Filosofia da Rede Estadual de Minas Gerais; membro da Direção Estadual do Sindute

Governo deve tratar mídia como partido de oposição, diz sociólogo Emir Sader



A mais significativa e a mais grave afirmação feita pelos órgãos da mídia brasileira nos últimos tempos foi de autoria de Judith Brito, executiva da empresa Folha de S. Paulo, em 2010, quando ela era presidente da Associação Nacional de Jornais:



"Na situação atual, em que os partidos de oposição estão muito fracos, cabe a nós dos jornais exercer o papel dos partidos. Por isso estamos fazendo."

A declaração é extremamente grave para a democracia brasileira – afetando tanto o papel dos partidos, quanto da mídia e, especialmente, o processo de formação da opinião pública. Ela não foi tomada a sério em todas as suas consequências, como se se tratasse de uma confissão de sinceridade de uma executiva, sem refletir processos profundos, que pervertem a democracia brasileira.

É verdade que há uma crise generalizada de representação dos partidos, processo para o qual a própria mídia colabora cotidianamente, ao desqualificar a política, os políticos, os governos e os próprios partidos e, promover, de forma implícita ou explícita, os mercados. Uma crise que é generalizada praticamente em todos os países, porque as formas de fazer política se esgotaram, dado o caráter extremamente formal das formas de representação mas, sobretudo, pela perversão que o poder do dinheiro introduz cotidianamente na política, nas eleições, nos próprios governos.

Mas a mesma mídia que promove diariamente o desprestígio da política se vale disso para – como declarou a própria executiva da Folha – substituir os partidos. Com isso, produz um duplo efeito negativo para a democracia: enfraquece as formas tradicionais de representação, fundadas no voto popular, e deforma profundamente o papel da mídia, ao fazer com que ela assuma o papel de partido de oposição.

A formação da opinião pública é um componente essencial da democracia, porque nela deveriam expressar-se a diversidade de pontos de vista, de reivindicações e de interesses existentes na sociedade. Quando a mídia, que tem um papel central nesse processo, se alinha, de forma confessa, como partido e partido de oposição, renuncia completamente a desempenhar esse papel.

No Brasil, desde 2003, esse papel da mídia é evidente. Em primeiro lugar, pela sua escandalosa parcialidade na informação. Há uma censura evidente, que seleciona, deformando conscientemente as informações contrárias ao governo – como se constata no Manchetômetro -, como deixando de difundir, ou fazendo-o de maneira deformada, toda informação favorável ao governo. Em segundo lugar, atuando efetivamente como partido, ao desenvolver campanhas sistemáticas, sempre contra o governo, de pessimismo econômico e de denuncismo.

Os jornais e revistas não se limitam a emitir suas opiniões nos seus editoriais, entregando informação de maneira mais ou menos objetiva e abrigando nas colunas de opinião diversidade de pontos de vista. Tudo é editorializado, é deformado pelo ponto de vista partidário dos donos das publicações.

A executiva da Folha tem razão: dada a fraqueza dos partidos de oposição, a mídia tem desempenhado o papel de partido de oposição. Portanto, já não são formadores democráticos de opinião, são partidos políticos e têm que ser considerados assim. (Lembremo-nos que Obama caracterizou a Fox como um partido político de oposição e passou a tratá-lo dessa maneira.) Se há essa confissão da então presidente da ANL, basta isso como prova: devemos considerá-los formalmente como partido de oposição e o governo também deve fazê-lo, para todos os efeitos.


Fica fazendo falta então partidos representativos e mídia democrática. O fim dos financiamentos empresariais pode ajudar aos partidos, mas sua desmoralização requer lideranças de forte legitimidade popular para recuperar formas democráticas de representação política. E a democratização da formação da opinião pública requer que se termine com essas formas pervertidas de mídia-partido opositor, que fazem mal para a política, para a mídia e para a democracia.

Quem está pior, a economia ou o jornalismo?


Não é improvável um espectador do telejornal noturno ter o sono perturbado com vozes soturnas de apresentadores e analistas. Pelo que se vê e se ouve, não se sabe o que aquele apresentador sério quer dizer com “boa noite”. Afinal, a economia do Brasil pode estar à beira da bancarrota. Tampouco se perdoa o “bom dia” do apresentador da manhã, pois os jornais do dia também trarão o apocalipse. Não é para menos.

A preocupação com a economia move o dia a dia das pessoas, inclusive as que dormem mais cedo que os jornais noturnos. Ninguém passa um único e escasso dia sem fazer contas. Foi entendendo a importância dessa ciência, nem sempre exata, que o estrategista James Carville, do Partido Democrata, eternizou a frase “é a economia, estúpido!” Era 1992, e com esse aprendizado Bill Clinton superaria o favoritismo do republicano George Bush, o pai, demonstrando sintonia com as angústias cotidianas dos norte-americanos nesse quesito. Eis o segredo do homem que faria história no Salão Oval da Casa Branca pelos próximos oito anos: saber o que, com quem e por que estava falando.

O noticiário econômico cumpre vários objetivos. Um deles, saciar os humores do mercado financeiro, servir de ponte para suscitar apostas nos cassinos da especulação, detectar (ou criar) o clima do ambiente eleitoral, entre outros, inclusive informar de vez em quando. Porém, pelo que algumas pesquisas têm demonstrado, a opinião pública talvez não veja a economia do Brasil como a veem os especialistas.

Pesquisas do Datafolha apuram o índice de confiança do brasileiro em relação ao país. Numa escala de 0 a 200, um levantamento feito no início de julho revelou que a expectativa da situação econômica pessoal é de 160 pontos, sendo um dos “aspectos para os quais os brasileiros demonstram um sentimento positivo acima da média”, no relato do instituto. Já a expectativa da situação econômica do país­ registrou 102 pontos em julho, alta de 6 pontos na comparação com maio. Os eleitores brasileiros também foram consultados sobre a situação econômica pessoal e 48% esperam que ela vá melhorar nos próximos meses. Outros 38% acreditam que ficará como está. E apenas 12%, que vai piorar. Pela pesquisa, pode-se constatar que há um grande descompasso entre o sentimento positivo do brasileiro com relação à economia e o cenário catastrófico divulgado pela mídia tradicional.

O jornal ou o caixa

O comerciante Mário Paixão da Silva, de 46 anos, tem uma pequena loja de roupas no centro do Recife (PE) há mais de 20 anos. E diz que basta conferir as vendas para saber se a economia está bem ou não. “Você acha que vou acreditar no jornal ou no meu caixa?”, brinca, ainda comemorando as vendas que fez durante a Copa do Mundo. “A gente precisa ser criativo e se reinventar a cada dia. Durante a Copa, por exemplo, troquei as tradicionais roupas da vitrine por camisas da seleção ou por peças que privilegiassem o verde e o amarelo. Vendi muito, não posso reclamar. E, nos últimos meses, minhas vendas estão no mesmo patamar dos anos anteriores”, diz.

Mesma opinião tem a auxiliar de serviços gerais Vilma Silva de Lima, de 57 anos. O noticiário econômico não é algo que a perturbe, ou atraia. Moradora de um bairro pobre de Camaragibe, região metropolitana do Recife, Vilma diz que as principais preocupações são com a saúde pública e a segurança. “Aliás, nas próximas eleições, vou prestar atenção no que os candidatos vão dizer sobre esses problemas”, afirma.

Com a aproximação do pleito, a mídia tradicional começa a definir candidatos que querem ajudar ou atrapalhar. E, diferentemente de quase um quarto do eleitorado, parece não estar indecisa, analisa o jornalista e sociólogo Venício Artur de Lima, professor titular de Ciência Política e Comunicação da Universidade de Brasília (UnB). Ele analisa o comportamento midiático em eleições há três décadas e tem vários livros sobre o tema.

Lima avalia que a profusão de informações parciais para privilegiar uns e prejudicar outros dá o tom. “Seguem a mesma conduta das eleições passadas, talvez de forma ainda mais exacerbada.”

O pesquisador pondera, porém, que o Brasil mudou e o eleitor está mais capacitado e dispõe de meios diversos de informação para decidir o voto. “Tenho uma visão diferente da que tinha quando comecei a estudar eleições, nos anos 80. As pessoas buscam muito mais informação fora do esquema da grande mídia. É claro que a TV aberta continua sendo a principal fonte de informação, mas as fontes alternativas têm peso muito grande desde 2006”, avalia. Isso não significa, observa Lima, que a mídia convencional não seja importante para influenciar comportamentos em longo prazo. “A percepção das pessoas sobre corrupção e a estigmatização dos partidos ainda é influenciada pela mídia, mas no comportamento eleitoral em si, o peso do que é publicado nos principais jornais, na TV e no rádio diminuiu, graças a meios que antes não existiam”, comenta.

Pessimismo militante

Usar o jornalismo econômico para fazer política no Brasil é uma estratégia que tem sido bastante criticada por Luis Nassif, jornalista econômico com 45 anos de experiência e organizador do portal GGN. Para ele, há muitas críticas à condução da política econômica do governo federal e vulnerabilidades que precisam ser enfrentadas – especialmente o desequilíbrio nas contas externas do país. “Mas nada que, nem de longe, se pareça com o quadro pintado nos grandes veículos. Aumentos de meio ponto percentual ao ano nos índices inflacionários são tratados como prenúncio de hiperinflação; acomodamento das vendas do varejo, em níveis elevados, como prenúncio de recessão”, comenta.

O que ele chama de “pessimismo militante” compromete a crítica necessária sobre os pontos efetivamente vulneráveis da política econômica e do processo de desenvolvimento do Brasil. “Há uma guerra política inaugurada em 2005, que sacrifica a notícia no altar das disputas partidárias. É evidente que há muito a melhorar no ambiente e na política econômica, mas quem está em crise exposta, hoje em dia, é certo tipo de jornalismo que acabou subordinando os fatos a disputas menores.”

O fotógrafo Alexandre Lombardi, de 38 anos, não gosta de generalizar uma má conduta da mídia. Ele não duvida que todo veículo favoreça um lado e prejudique outro. Lê os jornais tradicionais, procura na internet por blogs, fóruns de discussão e mídias sociais com pensamentos diferentes, mas desconfia à esquerda e à direita, e procura consistência:

Gosto da pluralidade de pensamentos”, conta Alexandre, que mora em Sorocaba, interior paulista. “A internet deixou tudo muito fácil. É possível comparar versões. Analiso, converso com os amigos e formo a minha própria opinião. Não tiro conclusões baseadas em uma única fonte”, explica. Ele ainda não definiu candidatos para a próxima eleição, mas levará em conta as­ propostas, inclusive para a economia.

Transmitir confiança, credibilidade e consistência, com propostas claras, será o melhor meio de ganhar o voto do eleitor em outubro. Quem afirma é o publicitário Renato Meirelles, sócio-diretor do instituto Data Popular – empresa de pesquisa especializada no conhecimento das classes C e D, onde se concentra a maioria dos brasileiros. “O que vai decidir o voto é a capacidade das candidaturas de entender os problemas reais que o eleitor enfrenta e de oferecer perspectivas de futuro”, observa.

Para Meirelles, será, antes de tudo, uma eleição sobre o futuro e não de legado. “Os eleitores estão mais preocupados em saber o que vai levar o Brasil adiante e não o que trouxe o país até aqui. Isso ­coloca a discussão em outro patamar. Os candidatos devem fazer uma campanha muito mais propositiva em vez de ficar falando do passado”, explica. A queda na credibilidade da mídia, as novas tecnologias da informação e a recente ascensão social no Brasil criaram um novo formador de opinião que terá peso nestas eleições. Trata-se do jovem da classe C. “Esses jovens estudaram mais que os pais, estão mais conectados, contribuem mais com a renda familiar do que o jovem da elite. Ele é provedor de conteúdo em casa e sua opinião vai ajudar a definir o voto da família”, afirma Meirelles.


Via Rede Brasil Atual

Reforma política e cinismo da mídia


A história do Brasil mostra que sempre que governos populares ousam reduzir a vergonhosa desigualdade social brasileira a mídia não mede esforços para desgastá-los e, se possível, derrubá-los, recorrendo a campanhas sistemáticas para tachá-los de corruptos. Foi assim com o "mar de lama" que levou Vargas a dar um tiro no peito. Foi assim na campanha para impedir a posse de Jango, em 1961. Foi assim no golpe civil-militar de 1964. Foi assim com Lula. Tem sido assim com Dilma. Só que esse moralismo udenista é seletivo. Só serve como instrumento de luta política contra a esquerda e seus aliados. Já em relação a denúncias envolvendo políticos e partidos de sua preferência, os barões da mídia se calam, como no escândalo do metrô e dos trens de São Paulo. E por que o monopólio midiático se opõe à reforma política, mesmo sabendo tratar-se do remédio mais eficaz para combater a corrupção ?

Todos se lembram que, no auge das manifestações de junho do ano passado, a presidenta Dilma enviou à Câmara dos Deputados um projeto de reforma política, com plebiscito e Constituinte exclusiva. Rapidamente a aliança entre a maioria conservadora do Congresso Nacional e o PIG cuidou de sepultar a mensagem da presidenta. Os deputados deixaram claro que até aceitavam, num futuro incerto e não sabido, examinar um projeto de reforma política. Desde que sob o controle absoluto deles e, sobretudo, sem participação popular, sem povo.
Mas a mídia corporativa foi além. Simplesmente passou a atacar todo e qualquer projeto de reforma política para, em seguida, sumir com o assunto do noticiário. Vale salientar que sempre que vem à tona a necessidade imperiosa de o país fazer a reforma política, para dar um grande passo republicano e mudar o jeito de se fazer política no país, o mundo conservador entra em pânico. E isso acontece por três motivos básicos : 1) Constituinte exclusiva e plebiscito darão ao povo brasileiro a condição de protagonista do processo da reforma; 2) O financiamento público em muito contribuirá para reduzir a influência do poder econômico nas eleições, permitindo que candidatos oriundos das camadas mais pobres concorram com mais chances; 3) O voto em lista fechada favorece partidos mais organizados e programáticos como o PT e seus aliados no campo da esquerda.

Até o STF percebeu o quanto as eleições brasileiras vêm sendo deformadas pelo financiamento privado de candidatos e partidos por parte dos grandes empresários e do capital financeiro. Tanto que chegou, há alguns meses, a constituir maioria esmagadora de votos para acabar com o financiamento privado. Temendo que a medida viesse a valer já nas eleições deste ano, o que fez o ministro Gilmar Mendes ? Pediu vistas do processo, sem prazo para apresentar seu voto. Não por acaso nunca foi cobrado por nenhum colunista ou articulista da velha mídia. Esse silêncio cúmplice garantiu a realização de mais uma eleição na qual, certamente, correrá solto o dinheiro dos grupos econômicos.

Caso se pautasse pelo interesse público e o cinismo não fosse uma das suas características mais marcantes, a mídia teria a obrigação de mostrar à sociedade que na raiz de grande parte dos esquemas de corrupção está o toma-lá-dá-cá propiciado pelo financiamento privado. O capitalista que financia um candidato é o mesmo que logo lhe apresenta a fatura, exigindo seu dinheiro de volta com margens exorbitantes de lucro às custas da sangria dos cofres públicos.

A verdade nua e crua é que a mídia brasileira não se incomoda com a corrupção e a malversação do dinheiro público, como tentar fazer crer em seus editoriais falsamente indignados e suas manchetes levianas e sensacionalistas. Se considerasse verdadeiramente a corrupção um mal a ser combatido, cobraria punição dos endinheirados corruptores. Caso seu moralismo fosse sincero, e não mirasse apenas seus adversários políticos, a campanha dos movimentos sociais, centrais sindicais e entidades da sociedade pela reforma política, com Constituinte exclusiva, não seria vista como uma "ameaça à democracia".

Contudo, com diz o Igor Felipe, do Brasil de Fato, em artigo publicado recentemente no Blog Escrevinhador, a oposição feroz da mídia à reforma política só mostra que estamos no caminho certo.


Publicado originalmente no Blog do Pepe

As sete frases de Mandela que provavelmente não sairá na mídia golpista




Essa mídia golpista não para de ser hipócrita. A cada nova situação ela se renova e se revigora com tamanha capacidade de ser tão ou mais sacana do que antes. Raramente fala de personagens que foram e são símbolos de luta pela igualdade social e racial. Tão pouco demonstra em suas programações ações que valorizem a história e cultura do povo negro. Ao contrário, faz e refaz a história do negro sempre visto de baixo, como submisso. E agora me vem com essa de querer passar como detentora de um conhecimento que se volta para a erradicação da miséria, da desigualdade social e racial e pela eliminação do racismo. Estes sempre reforçados em suas programações diárias. O Pior é que tem gente que compra e ainda vende esse discurso falsário.

Saudações ao grande homem NEGRO Nelson Mandela. Símbolo de Luta pelo seu pais e, principalmente pela democracia racial, de fato e de direito. A HISTÓRIA perde um grande líder e a humanidade ganha vigor para estudar e continuar na defesa pela justiça social. (Texto da Redação do Informações em Foco).

Reproduzimos abaixo texto reflexivo sobre as frases que provavelmente você não verá nas mídias tido como grande imprensa. Para nós, não passam de veículos de comunicação golpistas e que tentam diariamente mascarar a realidade. O texto foi publicado no portal de comunicação Controvérsia.

Como sempre acontece quando alguém famoso morre, o líder sul-africano ganhou manchetes elogiosas em veículos de todo o mundo nesta sexta-feira, como bem merece. Mas a maioria dos jornais, especialmente os brasileiros, fizeram de tudo para esconder quem realmente era Nelson Mandela: um líder revolucionário de esquerda, pró Cuba e Palestina, anti imperialismo e crítico das ações americanas e israelenses pelo mundo.

Afinal, se tem uma coisa que a grande imprensa faz bem é maquiar a realidade de acordo com seus interesses.

Vejamos as frases:

Sobre a invasão americana ao Iraque

“Se há um país no mundo que cometeu atrocidades inomináveis no mundo, é os Estados Unidos. Eles não se importam com seres humanos.” (fonte: CBSNews)

Sobre Israel

“Israel deveria desistir de todas as áreas que ganhou dos árabes em 1967, e em especial Israel deveria desistir completamente das Colinas de Golã, do Sul do Líbano e da Cisjordânia.” (fonte: JWeekly)

Sobre a invasão americana ao Iraque

“Tudo que o sr. Bush quer é o óleo iraquiano.” (fonte: CBSNews)

Sobre Fidel Castro e a Revolução Cubana

“Desde o princípio, a Revolução Cubana também foi uma fonte de inspiração para todas as pessoas amantes da liberdade. Nós admiramos os sacrifícios do povo cubano em manter sua independência e soberania em face à campanha imperialista orquestrada para destruir o ganho impressionante da Revolução Cubana. Vida longa à Revolução Cubana! Longa Vida ao camarada Fidel Castro.” (fonte: Lanic)

Sobre o ditador Muammar Kadafi

“É nosso dever apoiar nosso líder-irmão… principalmente levando-se em conta as sanções que não atingem apenas ele, mas também a população líbia em geral… nossos irmãos e irmãs africanos.” (fonte: The Final Call)

Sobre a preparação dos Estados Unidos para invadir o Iraque em 2002
“A atitude dos Estados Unidos é uma ameaça à paz mundial” (fonte: Newsweek)

Sobre o estado palestino

“As Nações Unidas tomaram uma medida forte contra o apartheid e, ao longo dos anos, um consenso internacional foi construído, o que ajudou a acabar com esse sistema. Mas nós sabemos muito bem que nossa liberdade é incompleta sem que haja liberdade para os palestinos.” (fonte: CBSNews).


Rede Globo, fantástico é o seu racismo!



"A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil", deveras sentenciou Joaquim Nabuco. Mas na versão global, ironicamente "inteligente", ele diz: "O Brasil já é um país mestiço! E não vamos tolerar preconceito!".

Nas últimas semanas escrevi dois textos sobre a relação entre meios de comunicação, publicidade e humor e a prática de racismo, o primeiro provocado por uma peça publicitária de divulgação do vestibular da PUC-PR e o segundo por conta de um programa de humor que ridicularizava as religiões de matriz africana. Hoje, graças À Rede Globo de televisão, retorno ao tema.

Neste domingo 3 de novembro o programa Fantástico, em seu quadro humorístico "O Baú do Baú do Fantástico", exibiu um episódio cujo tema é muito caro para a história da população negra Brasil.

Passado mais da metade do programa, eis que de repente surge a simpática Renata Vasconcellos. Sorriso estonteante ainda embriagado pela repentina promoção: "Vamos voltar no tempo agora, mas voltar muito: 13 de maio de 1888, no dia em que a Princesa Isabel aboliu a escravidão. Adivinha quem tava lá? Ele, o repórter da história, Bruno Mazeo!"


O quadro, assinado por Bruno Mazzeo, Elisa Palatnik e Rosana Ferrão, faz uma sátira do momento histórico da abolição da escravidão no Brasil. Na “brincadeira” o repórter entrevista Joaquim Nabuco, importante abolicionista, apresentado como líder do movimento “NMS – Negros, mulatos e simpatizantes”!

Princesa Isabel também entrevistada, diz que os ex-escravos serão amparados pelo governo com programas como o “Bolsa Família Afrodescendente”, o “Bolsa Escola – o Senzalão da Educação” e com Palhoças Populares do programa “Minha Palhoça, minha vida”!

“Mas por enquanto a hora é de comemorar! Por isso eles (os ex-escravos) fazem festa e prometem dançar e cantar a noite inteira…” registra o repórter, quando o microfone é tomado por um homem negro que, festejando, passa a gritar: “É carnaval! É carnaval!”

O contexto

Não acredito que qualquer conteúdo seja veiculado por um dos maiores conglomerados de comunicação do mundo, apenas por um acaso ou sem alguma intencionalidade para além da nobre missão de “informar” os milhões de telespectadores, ora com seus corpos e cérebros entregues aos prazeres educativos da TV brasileira em suas últimas horas de descanso antes da segunda feira – “dia de branco”.

E me perguntei: Por que – cargas d’água, a Rede Globo exibiria um conteúdo tão politicamente questionável? O que teria a ganhar com isso? Sequer estamos em maio! Que “gancho” ou motivação conjuntural haveria para justificar esse conteúdo?

Bom, estamos em novembro. Este é o mês reconhecido oficialmente como de celebração da Consciência Negra. É o mês em que a população  a f r o d e s c e n d e n t e  rememora, no dia 20, Zumbi dos Palmares, líder do mais famoso quilombo e personagem que figura no Livro de Aço como um dos Heróis Nacionais, no Panteão da Pátria. Relevante não?

Estamos também na véspera da III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial, que começa nesta terça, dia 5 e segue até dia 7 de Novembro, em Brasília, momento ímpar de reflexão e debates sobre os rumos das ações governamentais relacionadas a busca de uma igualdade entre brancos e negros que jamais existiu no Brasil. Isso somado à conjuntura de denúncia de violência e assassinatos que tem como principais vítimas os jovens negros, essa Conferência se torna ainda mais importante.

Voltando ao Fantástico, evidente que há quem leia as cenas apenas como um mero quadro humorístico e como exagero de “nossa” parte. Mas daí surge novas perguntas:

Um regime de escravidão que durou 388 anos; Que custou o sequestro e o assassinato de aproximadamente 7 milhões de seres humanos africanos e outros tantos milhões de seus descendentes; e que fora amplamente denunciado como um dos maiores crimes de lesa-humanidade já vistos, deve/pode ser motivo de piadas?

Quantas cenas de “humor inteligente” relacionado ao holocausto; Ou às vítimas de Hiroshima e Nagasaki; 

Ou às vítimas do Word Trade Center ou – para ficar no Brasil – às vítimas do incêndio na Boate Kiss, assistiremos em nossas noites de domingo?

Ah, mas ex-escravizados festejando em carnaval a “liberdade” concebida pela áurea princesa boazinha, isso pode! E ainda com status de humor crítico e inteligente.

Minha professora Conceição Oliveira diria: “Racismo meu filho. Racismo!”.

A democratização dos meios de comunicação como forma de combate ao racismo

Uma das tarefas fundamentais dos meios de comunicação dirigidos pelas oligarquias e elites brasileiras tem sido a propagação direta e indireta – muitas vezes subliminar, do racismo. É preciso perceber o que está por trás da permanente degradação da imagem da população negra nesses espaços. Há um pensamento racista que é, ao mesmo tempo, reformulado, naturalizado e divulgado para a coletividade.

A arte em forma de publicidade, teledramaturgia, cinema e programas humorísticos são poderosos instrumentos de formação da mentalidade. O que vemos no Brasil, infelizmente, é esse poder a serviço do fomento a valores racistas e preconceituosos que, por sua vez, gera muita violência. A democratização dos meios de comunicação é fundamental para combater essa realidade. No mais, é preciso cobrar do governo federal e do congresso nacional: O uso de concessão pública para fins de depreciação, desvalorização e prática do racismo, machismo, sexismo, homofobia e todos os tipos de discriminação e violência não são suficientes para colocar em risco a concessão destes veículos? Por que Venezuela, Bolívia e Argentina, vizinhos latino-americanos, avançam no sentido de diminuir a concentração de poder de certos grupos de comunicação e no Brasil os privilégios para este setor só aumentam?

Tantas perguntas…


O Jornalismo do ‘faz de conta’: A saturação com a hipocrisia




Está circulando na internet um vídeo com uma entrevista do jornalista Ricardo Boechat na qual ele faz um desabafo, sem papas na língua, que bem poderia ser uma espécie de manifesto contra o jornalismo “faz de conta” que nos é servido diariamente pela maioria dos jornais, revistas e emissoras de rádio ou televisão do país.

Sobre desabafos e o jornalismo do ‘faz de conta’

 “Faz de conta” porque tem muito pouca coisa a ver com a realidade e procura nos passar a imagem de que se trata de informação isenta e objetiva. Não sei se a minha experiência pode ser generalizada, mas a cada dia que passa encontro mais pessoas que deixaram de ler jornais, viram a cara para as capas de revistas semanais e evitam os telejornais tentando evitar acessos de irritabilidade.

É muito preocupante ver como as pessoas estão se afastando da imprensa depois de terem sido contaminadas pelo vírus da dúvida sobre a fidedignidade e isenção das notícias publicadas nos principais veículos de comunicação jornalística do país. Mais preocupante ainda é perceber que ainda é grande o número de profissionais que não se deram conta do papel que lhes está sendo imposto pelas empresas jornalísticas.

Boechat, no auge de seu desabafo, diz que mudou sua maneira de ver a ética pública depois de constatar que as redações checam a credibilidade de declarações de cidadãos comuns, mas aceitam sem restrições afirmações de políticos que, segundo o âncora do Jornal da Band, são quase sempre mentirosas porque defendem algum interesse oculto.

A docilidade com que a imprensa aceita o jogo dos participantes do poder político no Brasil é provavelmente a maior responsável pelo desencanto da opinião pública não só em relação aos jornais, mas em relação a quase tudo o que tem a ver com governos.

O jornalismo que nos é oferecido diariamente ganha cada vez mais ares de um grande “faz de conta” em que a imprensa “faz de conta que informa” e nós, o público, “fazemos de conta” que acreditamos no que nos é passado como verdade. É cada vez maior o número de leitores e telespectadores que se preocupam mais em tentar captar o que está nas entrelinhas do que aquilo que é impresso ou dito por jornalistas profissionais.

É claro que a complexidade dos fatos, dados e eventos dificulta enormemente o desafio de informar o público, nos tempos pós-avalancha informativa. Há dezenas de percepções, posicionamentos, vieses e interesses embutidos até mesmo nas notícias mais corriqueiras. São poucos os leitores e telespectadores cientes desta dificuldade. A grande massa do público culpa os jornalistas pelo “faz de conta”.

Mas em nome da preservação do emprego e do status social, a atitude mais comum nas redações é também fazer de conta, agarrando-se ao discurso corporativo que associa críticas e agressividade contra jornalistas à ameaças contra a liberdade de imprensa. Na verdade, muitas pessoas querem dizer apenas que não aguentam mais o jornalismo “faz de conta”.

A saturação com a hipocrisia está dando origem a uma onda de desabafos de todo o tipo de pessoas. Parece que nossa quota de tolerância chegou ao limite, como mostram as explosões de descontentamento popular materializadas nos protestos de rua desde junho. A sobrevivência de Ricardo Boechat na bancada do Jornal da Band ainda é uma incógnita porque o desabafo de seu principal âncora coloca TV Bandeirantes num dilema: se tolera as duras afirmações do jornalista, coloca-se em rota de colisão com o establishment politico de Brasília; mas, se afastar Boechat do seu posto, passa um recibo de autenticidade para tudo aquilo que ele botou na boca do trombone.

Via Observatório da Imprensa