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Racismo: perícia mostra que Waack falou “coisa de preto”


Uma perícia privada contratada pela Folha concluiu que o apresentador afastado do "Jornal da Globo", William Waack, 65, disse que uma buzina que o irritou durante uma conversa antes de uma participação ao vivo, em 2016, era coisa de "preto". O laudo foi elaborado pelo Instituto Brasileiro de Peritos (IBP).

Para o instituto, a análise acústica permite identificar os sons correspondentes à palavra preto.

O instituto afirmou que foi realizada uma análise perceptiva-auditiva e acústica da fala e os resultados confrontados com as imagens de Waack. De acordo com o laudo, o jornalista teria dito as seguintes frases:

Waack - "Tá buzinando por quê? Ô seu merda do cacete, merda."

Waack - "Deve ser um, (deve ser/você é) filho de um, não vou nem falar de quem, eu sei quem é né. Sabe o que é né?"

Sotero - "Não"

Waack - "Preto né" (sem compreensão)

Sotero - "Ahn"

Waack - "Preto né"

(risos)

Waack - "Sabe o que é isso? É coisa de ..."

Sotero - "Sim"

Waack - "Com certeza" (risos)


(As informações são da reportagem da Folha de S.Paulo, com o 247).

Waack falou "coisa de preto", constatou perícia. (Foto: Reprodução/ 247).

New York Times faz matéria sobre caso de racismo de Waack e cita Fórum


O jornal americano The New York Times fez matéria nesta sexta-feira (10), sobre o caso do jornalista William Waack, cujo vídeo gravado fazendo comentários racistas vazou nesta semana, provocando a demissão do jornalista.

A matéria do NYT, com o título “‘It’s a Black Thing’: Offensive Quip Becomes a Rallying Cry in Brazil” (‘É coisa de Preto’: Expressão Ofensiva se Torna um Grito de União no Brasil) traz foto e link do Canal Fórum no YouTube, da Revista Fórum, que foi uma das primeiras (senão a primeira) a dar o assunto que, logo após, explodiu nas redes.

No texto, o jornal afirma que “os brasileiros negros se reapropriaram da expressão insultante ‘É coisa de Preto’, dita por um proeminente âncora de TV, para chamar a atenção para as contribuições de brasileiros de ascendência africana e também para o persistente impacto da descriminação racial no Brasil”.

A matéria descreve o caso em detalhes e diz que, logo após o vídeo começar a circular nas redes, ocorreu uma reação rápida e indignada. “Na quarta-feira a expressão ‘É Coisa de Preto’ foi parar nos trend topics do Twitter no Brasil”.

O texto lembra também que “o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, em 1888. Durante três séculos, cerca de quatro milhões de africanos foram levados para lá e forçados a trabalhar em campos, minas e casas particulares. Hoje, pouco mais de 50% dos brasileiros se identificam como negros ou biraciais, e muitos brasileiros dizem que há uma harmonia racial no Brasil que não existe nos Estados Unidos”.

O NYT lembra, no entanto que “os números apontam para uma realidade diferente: o Brasil é um país onde a expectativa de vida dos homens negros é consideravelmente menor do que para os brancos e onde as pessoas de ascendência africana ganham 36% menos do que os brasileiros não negros”. (Com informações do Portal Fórum).

(Reprodução/ Portal Fórum).