"Sentar na cadeira de diretora é um ato de resistência", diz realizadora do curta premiado "Mulheres Negras: Projetos de Mundo"


A cineasta Day Rodrigues

'Chegar até aqui foi um processo de cura, emancipação e conexão com a minha espiritualidade de matriz africana'

Para a feminista negra Day Rodrigues, filmar o curta Mulheres Negras: Projetos de Mundo foi, acima de tudo, um processo de cura. O filme, lançado em setembro de 2016, centra-se na fala de nove mulheres negras brasileiras, que compartilham com a diretora e com o público suas narrativas e vivências em um País marcadamente racista e misógino.

Cineasta Day Rodrigues. Foto: Reprodução/ CartaCapital.
Independente, a produção foi premiada no festival Cine PE, em Recife, nas categorias direção e júri popular e exibida em cidades tão distintas quanto São Paulo, Aracajú e Belém. Por muito tempo, porém, a produtora cultural e escritora acreditava que o projeto nunca passaria de um sonho.

Rodrigues, que também é cineasta, cita como motivos a ausência de auto-estima e a invisibilidade intelectual das mulheres negras no Brasil, problemas cuja origem encontram-se no acúmulo de violências da sociedade contra essa parcela da população.

"Não somos educadas nas escolas para desenvolver uma boa oratória, retórica ou escrever os nossos projetos. As oportunidades não batem em nossas portas como acontece para a branquitude, de forma geral", diz ela, que critica a falta de oportunidades para as negras e a elitização do cenário audiovisual.

            

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